O conceito de saúde mental e bem-estar emocional assumiu o centro das atenções como um requisito indispensável para os empregadores. A HSMAI Intl (Hospitality Sales and Marketing Association International) emergiu como pioneira na identificação e defesa desta tendência crucial. À medida que os líderes da indústria enfrentam os desafios do esgotamento e a crescente importância de nutrir o bem-estar holístico dos seus colaboradores, a ênfase na saúde mental continua a ser fundamental.

O paradigma da liderança evoluiu significativamente. A noção tradicional de habilidades interpessoais deu lugar ao que hoje é chamado de competências humanas. Essas iniciativas abrangem empatia, comunicação e uma compreensão profunda das necessidades mentais e emocionais da força de trabalho.

Os líderes bem-sucedidos de hoje reconhecem que estas competências não são meramente opcionais, mas são fundamentais para nutrir uma equipe próspera e empenhada. Em uma era de forças de trabalho multigeracionais, reconhecer e valorizar o bem-estar físico e mental dos colaboradores, ao mesmo tempo que celebra a sua individualidade, tornou-se um elemento essencial para o sucesso. Promover uma cultura no local de trabalho que priorize o crescimento pessoal e a felicidade dos funcionários garante que eles não estejam apenas satisfeitos, mas também capacitados para se destacarem em suas respectivas funções.

Saúde mental da força de trabalho

Com base no relatório Lyra 2023 State of Workforce Mental Health, a depressão e os transtornos de ansiedade foram reconhecidos como as formas mais comuns de doenças mentais no local de trabalho. Estas condições têm um impacto significativo na produtividade, no envolvimento e no desempenho geral dos trabalhadores. Além disso, uma porcentagem substancial de colaboradores apresenta sinais de esgotamento e estresse, manifestando falta de concentração, descontentamento e relações de trabalho adversas.

Os cinco principais insights do estudo são:

1. A maioria dos trabalhadores enfrenta dificuldades de saúde mental, mas, por uma infinidade de razões, muitos não obtêm ajuda.
2. Muitos funcionários lutam para obter os cuidados certos.
3. Mais pessoas estão discutindo a saúde mental no trabalho, impulsionando uma mudança cultural.
4. Os gestores carecem dos recursos necessários de saúde mental.
5. Os funcionários estão cada vez mais estressados e esgotados, sinalizando a necessidade de um melhor design de trabalho.

O relatório Lyra destaca que quase 20% da força de trabalho sofre de um problema de saúde mental diagnosticável, como depressão ou transtorno de ansiedade. Parte dos colaboradores com estas condições não procuram tratamento devido a preocupações com a confidencialidade, medo de impactos negativos na carreira e ao estigma associado ao tema. A pesquisa recomenda a implementação de várias abordagens para abordar o apoio ao bem-estar emocional no local de trabalho.

• Ouça seus funcionários e incentive o diálogo sobre saúde mental.
• Garanta o acesso a cuidados eficazes.
•  Desbloqueie o acesso a cuidados para problemas graves de saúde mental.
• Apoie a saúde mental dos pais e dos filhos.
• Dê aos gerentes o treinamento e os recursos em saúde mental de que precisam.
• Para combater o esgotamento, projete melhores condições de trabalho.

Impactos da saúde mental na produtividade

Os resultados da pesquisa mostraram que quase um terço dos funcionários sentiu um nível mais baixo de saúde mental, envolvimento dos funcionários e sentimento de pertencimento do que apenas seis meses antes. As abordagens tradicionais ao tratamento não têm sido tão eficazes como pretendido – apenas 29% dos colaboradores consideraram úteis. Esta descoberta foi repetida no C-Suite, onde apenas 25% dos executivos os consideraram iniciativas eficazes.

O relatório do Conference Board considerou o tratamento personalizado usando IA como uma forma possível de enfrentar a crise de saúde mental. Usando o Bank of America como exemplo, plataformas terapêuticas de realidade virtual orientadas pela tecnologia ajudam a reduzir sentimentos de estresse e ansiedade medidos ao longo de um período de seis meses.

Os fatores identificados como contribuintes para problemas de saúde mental incluem:

• Aumento das horas de trabalho (48% dos trabalhadores que relataram diminuição da saúde mental trabalham mais de 50 horas por semana, com 49% das mulheres afirmando que o aumento das cargas/horas de trabalho prejudicava a sua saúde mental, em comparação com 39% dos homens),
• Cargas de trabalho pesadas (50% dos millennials dizem que sua carga de trabalho/horas prejudicam sua saúde mental, em comparação com 48% da Geração X e 40% dos baby boomers),
• Comunicação deficiente no local de trabalho (42%),
• Capacidade diminuída de equilibrar as demandas do trabalho e da vida pessoal,
• Tempo gasto em reuniões (40%),
• Locais de trabalho tóxicos (26%).

O relatório discute a importância de desestigmatizar a saúde mental no local de trabalho e sublinha o papel da gestão, colocando uma ênfase significativa na construção de uma cultura de apoio onde os funcionários se sintam confortáveis em procurar assistência, se necessário.

O estresse dos horários irregulares, as pressões no serviço ao cliente e a falta de segurança no emprego contribuem para níveis mais elevados de depressão e ansiedade entre estes trabalhadores.

Horários de trabalho não convencionais, alta pressão e a necessidade de manter uma frente hospitaleira ao lidar com os clientes são fatores estressantes significativos para a saúde mental. O relatório sugere uma necessidade imediata de esforços de apoio, formação e sensibilização para gerir o mesmo de forma eficiente.

Os funcionários procuram:

• Equilíbrio trabalho/vida pessoal e estresse controlável;
• Ferramentas para avaliar a própria saúde mental nas decisões de ficar ou sair;
• Ajuda para se sentir vulnerável, especialmente funcionários em início de carreira;
•  Uma carreira gratificante e significativa que os desafia sem exigir o sacrifício da saúde e do equilíbrio em suas vidas;
• Líderes que demonstram empatia.

Iniciativas que precisam ser aplicadas:

• Realinhe a centralização no hóspede para atender às expectativas em relação à saúde, segurança e bem-estar;
•  Destaque oportunidades de carreira junto com o crescimento pessoal e profissional para ajudar a construir um fluxo de talentos e reter membros valiosos da equipe;
• Monitore, meça e priorize o bem-estar emocional da equipe para criar locais de trabalho e times saudáveis;
• Revise sua Pesquisa de Engajamento de Funcionários para garantir que ela faça perguntas relevantes sobre saúde e bem-estar.

Hoje, os empregadores devem priorizar a saúde mental como um aspecto central de um local de trabalho saudável e produtivo. Requer uma abordagem abrangente e multifacetada, incluindo políticas de apoio, diálogos abertos e recursos acessíveis.

Ao abordar a saúde mental no local de trabalho, as empresas também investem na produtividade, na satisfação e na retenção dos funcionários, contribuindo para um ambiente mais propício para todas as partes interessadas.

(*) Crédito da capa: Freepik