O desemprego no Brasil vem em uma série de altas nos últimos meses. No trimestre encerrado em março, o indicador subiu em oito dos 27 estados do país. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, divulgada hoje (17), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na comparação com o mesmo período em 2023 houve nove quedas e nenhuma das unidades federativas registrou aumento significativo.

Atualmente, a taxa de desocupação no país está em 7,9%. Acre, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo estão na lista de estados com alta de desemprego. Apenas no Amapá houve queda do indicador, enquanto as demais UFs apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior.

“Isso mostra que na comparação de curto prazo, há influência dos padrões sazonais. Mas a trajetória de queda anual, que já vem sendo observadas em outros trimestres, se manteve”, analisa Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE.

Recorte regional

De acordo com a entidade, o crescimento da taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2024 não invalidou a maioria dos indicadores do mercado do trabalho na comparação anual. Ao fim do primeiro trimestre, as maiores taxas de desemprego foram da Bahia (14,0%), Pernambuco (12,4%) e Amapá (10,9%). As menores, de Rondônia (3,7%), Mato Grosso (3,7%) e Santa Catarina (3,8%).

No recorte regional, o cenário do desemprego no Brasil foi de alta de 7,1% para 7,6% no Sudeste; alta de 4,5% para 4,9% no Sul; aumento de 10,4% para 11,1% no Nordeste; estabilidade, de 7,7% para 8,2% no Norte; estabilidade, de 5,8% para 6,1% no Centro-Oeste.

Detalhes do desemprego

Colocando uma lupa nos resultados, número absoluto de desocupados cresceu 6,7% contra o trimestre anterior, atingindo 8,6 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 8,6%.

No primeiro trimestre de 2024, houve queda de 0,8% na população ocupada, estimada em 100,2 milhões de pessoas. No ano, o aumento foi de 2,4%, com mais 2,4 milhões de pessoas ocupadas.

Na divisão por sexo, as mulheres seguem com taxa de desocupação maior que homens, 9,8% contra 6,5%, respectivamente.

A distribuição de desocupação por sexo nas grandes regiões acompanha a média geral. No Nordeste, a desocupação de mulheres chega aos 14%. A melhor situação é no Sul, com 6%.

Por raça, pretos e pardos também seguem com taxas mais altas de desocupação. E, no trimestre, as taxas de todas as divisões subiram.

  • Brancos: 5,9% para 6,2%;
  • Pretos: 8,9% para 9,7%;
  • Pardos: 8,5% para 9,1%.

Rendimentos

O rendimento real habitual teve alta frente ao trimestre anterior, de 1,5%, e passou a R$ 3.123. No ano, o crescimento foi de 4%. Na divisão por sexo, os homens registram renda média real de R$ 3.323, enquanto as mulheres têm renda, em média, de R$ 2.639.

Por estados, apenas três tiveram aumento do rendimento médio real no trimestre: Bahia (5,6%), Espírito Santo (4,9%) e Paraná (3,9%). Todos os demais tiveram estabilidade. Contra o mesmo trimestre de 2023, cinco estados tiveram alta: Rio Grande do Norte (11,8%), Pará (8,7%), Mato Grosso (6,9%), Paraná (6,6%) e São Paulo (5,5%). Todos os demais tiveram estabilidade.

(*) Crédito da foto: Agência Brasília