Desemprego- IBGE taxasTaxa já havia subido no trimestre até janeiro

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje (29) dados nada animadores para a economia brasileira. A taxa de desemprego no país voltou a subir em fevereiro, atingindo 12,4% referente ao trimestre. O número representa 13 milhões de desempregados. O resultado é o mais alto desde o trimestre encerrado em junho de 2018.

A taxa já havia subido 12% no trimestre até janeiro, o que significa um segundo aumento consecutivo no número. De acordo com Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa, a dispensa de vagas temporárias de fim de ano foi um dos fatores que mais contribuiu com a alta. “Houve uma dispensa forte de temporários, e isso aumentou a desocupação em fevereiro”, explica. “Foram dispensados profissionais contratados para as festas de fim de ano e muitos funcionários das áreas da saúde e educação nas prefeituras. São movimentos sazonais e esperados”, ressalta Azeredo.

O Brasil registrou no trimestre até fevereiro 13,098 milhões de desempregados, contra 12,669 milhões entre novembro e janeiro. A última vez que o número atingiu a casa dos 13 milhões foi nos três meses encerrados em meados de 2018. 

O contingente de pessoas ocupadas caiu a 92,127 milhões nos três meses até fevereiro, contra 92,547 milhões no trimestre até janeiro, aproximando-se do patamar de 91 milhões em que ficou pela última vez em julho de 2018.

Os desalentados, ou pessoas que desistiram de procurar uma vaga, chegaram a 4,855 milhões, de 4,716 milhões no trimestre até janeiro. O IBGE ainda informou que o emprego com carteira assinada no setor privado teve alta nos três meses até fevereiro com 33,027 milhões de pessoas, de 32,916 no trimestre até janeiro, porém com queda de 0,3% sobre o mesmo período no ano passado.

Apesar dos dados desmotivadores do IBGE, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia apontou criação líquida de 173.139 vagas formais em fevereiro. 

Desemprego e impacto no consumo

Um dos maiores impactos do aumento da taxa de desemprego é, sem dúvidas, o declínio da intenção de consumo das famílias. Após quatro meses de altas sucessivas, o ICF apresentou queda de 0,4% no mês de março comparado a fevereiro, segundo dados do CNC (Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo). O recuo deu-se, principalmente, em virtude de declínio dos indicadores: Momento para Duráveis (-2,4%), Nível de Consumo Atual (-1,5%), Perspectiva Profissional (-0,8%) e Emprego Atual (-0,2%).

Com o breque do consumo, muitos setores da economia foram afetados. O turismo, intimamente ligado ao fator Nível de Consumo Atual, será prejudicado devido aos altos índices de desemprego registrados no país. 

(*) Crédito da foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil