Pezzino entrou na Nobile Hotéis em janeiro

Renato Pezzino comanda atualmente a gerência regional de Vendas da Nobile Hotéis para os mercados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Foz de Iguaçu (PR). Atuando há sete meses na rede brasiliense, ele fez uma análise sobre o atual momento da hotelaria carioca, desde o período pós-olímpico. A visão do executivo é otimista. Além de acreditar na volta por cima, ele considera estar num momento profissional ideal, no lugar certo e na rede certa. Confira a entrevista feita pela reportagem do Hotelier News com o profissional.

Hotelier News: Como você vê o mercado do Rio dois anos após as Olimpíadas?

Renato Pezzino: As hospedagens do Rio de Janeiro estão atualmente retomando o mercado corporativo. Dependemos muito do mercado de combustíveis, ou seja, gás e petróleo. Esse setor é grande fomentador de negócios para a hotelaria carioca. Nesse segmento temos notado uma movimentação. 

Percebe-se uma ocupação média de 30%, dentro da cidade, independente da região. Alguns lugares como a Barra da Tijuca tem sofrido mais, pois tem uma oferta muito grande de hotéis. Muitos são novos, de rede, de todo tipo e a demanda não é a ideal, Não temos um grande evento como as Olimpíadas para suprir e a cidade depende de eventos como o Rock n'Rio. 

No centro da cidade percebe-se que a reação está melhor, o mercado corporativo usa mais essa região. Já a zona sul mistura esse público com o do lazer e o desafio dessa região é conseguir ter uma tarifa saudável para que consiga manter o bom serviço uma boa estrutura. Atualmente estamos lidando com ocupação que varia entre 30% a 40% e tendo que atuar em várias frentes.

HN: O mercado de lazer está melhor que o corporativo?

Pezzino: Acredito que a demanda desses públicos estão iguais. O problema do Rio é que temos a alta e a baixa temporada. Na alta vende-se muito bem, mas ao longo do ano tem um movimento de vender lazer para o próprio público do Rio de Janeiro. Exploramos isso em alguns lugares. 

Por exemplo, se tiver alguém que esteja no município vizinho e tenha que vir num evento na zona sul, muitas vezes essa pessoa prefere não voltar para casa, preferindo se hospedar num hotel. 

Essa região tem potencial também para trazer o público latino, europeu, mas são públicos muito sazonais. Já o mercado doméstico, reduz quando há notícias negativas do Rio de Janeiro. É complicado, as vezes temos um mês de Janeiro com boa evolução, então surge uma notícia ruim que saí em todos os jornais. O mercado do Rio sempre depende disso. Porém temos órgãos fazendo um bom trabalho de divulgação como o Rio Convention Bureau

Acredito que atualmente os hoteleiros estão mais unidos. Temos tido bons eventos no mercado de turismo. Portanto quando o mercado corporativo e lazer retomar melhores resultados, o Rio de Janeiro estará mais bem preparado. Os hoteleiros, mesmo sendo concorrentes, tem conversado mais.

HN: Quais são as perspectivas num futuro próximo?

Pezzino: Considero que todos estão mais confiantes. No mercado corporativo notamos um movimento maior. Recentemente começamos a ter mais cotações do mercado, começamos a mandar propostas, vindas de agentes de viagens ou pelo sistema. E o foco deles é o período de  2019. Já estamos recebendo uma boa quantidade de propostas. 

Estamos num ano eleitoral, de Copa do Mundo. Sabemos que não é um ano tão bom em vendas, portanto não acreditamos que 2019 será pior, creio que independente do que aconteça, todos estão acreditando numa retomada. 

O que não acredito é que teremos um Rio de Janeiro com as mesmas tarifas de cinco, seis anos atrás, pois a quantidade de hotéis é muito maior. Muitos hotéis recebram reformas, retrofit e acredito que a batalha de diárias será grande.

Renato Pezzino: carreira

Formado em Turismo (2001) e com uma pós graduação em Meio Ambiente (2004), ambos os cursos realizados no Centro Universitário Plínio Leite, Pezzini começou sua carreira em outubro de 2000 na BBTur. Na operadora ele atuou como como agente de reservas. Depois entrou na área comercial e saiu como executivo de Contas em 2008. No mesmo ano foi para a Atlantica Hotels, como gerente de Contas.

"Na Atlantica Hotels trabalhei na área de Vendas, sempre no mercado corporativo de todo Rio de Janeiro. em 2017, saí como gerente de Vendas, responsável pelo mercado do Rio. Tinha uma equipe de vendas, que teve até cinco pessoas, cuidando do mercado carioca e demandando para todo o Brasil. Isso tudo no corporativo, pois não nos baseávamos em hotéis, desse modo éramos uma empresa representante direta da Atlantica", conta Pezzino.

Na Nobile o executivo produz a demanda para a equipe de vendas estratégicas. "Nossa equipe faz atendimento junto as agências Abracorp e do segmento Mice. Temos equipes em São Paulo, Rio e Curitiba. Demandamos para esse mercado tudo que precisamos de vendas e negócios. E diretamente sou responsável pelos executivos e gerentes que fazem o trabalho de vendas para cada hotel. São cerca de 15 profissionais, entre agentes de reservas, eventos e assistente", explica. "De executivos, temos três na Barra, um no Days Inn, outro na unidade de São João de Meriti, a Tatiana para os hotéis do Arpoador e Copacabana, e uma pessoa em Vitória, Foz do Iguaçu e Macaé. Em Linhares, no Espírito Santo, não temos, trabalhamos por aqui. No total são nove pessoas, todas baseadas no Rio. Mas cada hotel tem seu gerente de reservas, alguns têm assistentes, por exemplo em Macaé temos um assistente de Vendas e um coordenador em Eventos. Já, o Gran Nobile Barra tem uma equipe de três pessoas para reservas, duas para eventos e uma assistente", detalhe Pezzino.

Para o futuro, o gerente nacional de Vendas espera crescer junto com a Nobile. "Quando entrei na Nobile, vim muito pelo projeto apresentado. Há muitas boas ideias e a rede está crescendo rapidamente. Queremos fazer história com ideias novas para o mercado. Então percebo que estou no lugar certo e acredito que o mercado do Rio vai dar a volta por cima", finaliza o executivo.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News