festival de inverno de campos do jordãoLeitão apresentou os dados apurados pela FGV

A 50ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão já terminou, mas seus impactos ainda reverberarão muito tempo tanto para a cidade, quanto para o estado de São Paulo. Apenas no setor hoteleiro, foram injetados R$ 20,4 milhões durante os 31 dias de evento. Esse e outros dados foram divulgados na manhã de hoje (30), durante coletiva de imprensa na Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

Estavam presentes Sérgio Sá Leitão, secretário estadual de Cultura e Economia Criativa de São Paulo; Frederico Guinato, prefeito de Campos do Jordão; Marcelo Lopes, diretor executivo da Osesp; Antonio Ribeiro, diretor executivo da Orquestra Jazz Sinfônica; Luiz Gustavo Barbosa, coordenador da FGV (Fundação Getúlio Vargas); e Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo. Leitão começou ressaltando a importância em investir no setor de cultura para o desenvolvimento econômico. “Os dados que veremos agora revelam claramente como o investimento em cultura impacta positivamente o turismo e a economia, gerando renda e empregos”, explica.

Na edição desse ano, a organização aumentou o número de apresentações e promoveu melhorias no evento. O Festival de Inverno durou 31 dias, ocupando cinco finais de semana com um total de 133 concertos. “Aumentamos os números de sedes, de apresentações e incluímos novos eixos de programação. Foram fatores que fizeram desta edição superior às anteriores”, avalia Leitão.

Para demonstrar os benefícios do evento na cidade, a FGV fez um levantamento dos números do festival. Cerca de 151 mil pessoas participaram da edição, um público recorde acima do previsto. No período, 600 mil turistas visitaram Campos do Jordão e, desse montante, 34,6% declararam que o Festival de Inverno foi o principal motivo da viagem. Já 54,3% alegaram que o evento teve influência na decisão e 11,1% disseram não ter tido nenhum impacto nas razões para escolher o destino.

Campos do Jordão: impacto econômico

Para fazer o estudo sobre o impacto econômico que o festival causou, a FGV levou em consideração apenas os dados dos turistas que foram a Campos do Jordão motivados pelo evento. No total, foram injetados R$ 131 milhões na economia local, sendo 90,4% oriundos de gastos de turistas e 9,6% de investimentos diretos da organização, ações de marketing e patrocínios. 

Os números são expressivos, partindo do princípio que a produção do festival investiu R$ 7,8 milhões no evento. O setor que mais se beneficiou foi de Alimentação, que arrecadou R$ 44, 6 milhões, seguido do Varejo (R$ 22,3 milhões), Hotelaria (R$ 20, 4 milhões), Atrativos Turísticos (R$ 19,7 milhões), Transporte (R$ 6,4 milhões) e Outros (R$ 4,6 milhões).

De acordo com Leitão, a cada R$ 1 investido, foram injetados R$ 16,7 na economia local. “Difícil imaginar outro investimento que tenha um impacto tão grande”, enfatiza o secretário. O governo recolheu em impostos o equivalente a R$ 17,4 milhões, entre tributos federais, estaduais e municipais.

Aproximadamente 1,8 mil postos de trabalhos diretos foram gerados, número que representa 15% das vagas totais do destino. O setor hoteleiro atingiu 95% de ocupação, número acima do esperado, e 10% superior comparado ao mesmo período em 2018. A média de tempo de estadia foi de 3,6 dias, com R$ 328 de gastos diários.

“Esse é um investimento onde o recurso entra e passa por uma cadeia que vai se multiplicando. No final,o estado recebe o retorno em termos de arrecadação de impostos. Para 0 real de investimento do estado tivemos retorno de R$ 17,4 milhões”, explica Leitão.

Perfil do turista

Entre os viajantes que passaram pelo destino durante o festival, 57% pernoitaram e 43% eram excursionistas. São Paulo foi o maior emissor de turistas, responsável por 85,2%; seguido pelo Rio de Janeiro, com 7,7% e Minas Gerais, com 3,8%. Do total, 58% são mulheres e 42% são homens.

Na classificação etária, 12% dos visitantes tinham entre 12 e 25 anos; 25% de 26 a 35 anos; 26,8% de 36 a 45 anos e os 16,7% restantes entre 46 e 55 anos. Já na classificação econômica, 18,7% tinham renda entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil; 30% ganhavam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil; 17% entre R$ 10 mil e R$ 15 mil; e 12,2% entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.

“O resultado deste evento tem um significado relevante em muitos aspectos, mas o principal deles é o humano. A oportunidade das pessoas vivenciarem a ideia de um país de primeiro mundo, desenvolvido, onde as pessoas têm tempo livre, saindo um pouco da máquina de consumo e ampliarem suas percepções”, afirma Lummertz. 

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News