De Olinda, Pernambuco

Blanc e Novo fecharam o ciclo de palestras no segundo dia do FHAN

Fechando o segundo dia do FHAN (Fórum de Hospedagem e Alimentação do Nordeste), Inbal Blanc e Otavio Novo discorreram sobre o tema "Segurança na Hotelaria". As outras duas palestras de hoje foram de Chieko Aoki e Maria Lúcia Garcia. Ontem, palestraram, Martha Gabriel, os consultores da Guersola e especialistas da Amarante Hotéis. O Fórum acontece dentro da primeira edição do HFN (Hotel & Food Nordeste), feira que ocorre até a amanhã (5) no Centro de Conveções de Pernambuco, em Olinda, na Região Metropolitana de Recife.

Inbal Blanc, especialista israelense em segurança e CEO da empresa SegurHotel iniciou a apresentação falando sobre os prejuízos que podem acontecer com ataques terroristas. Ele usou como exemplo a cidade de Paris, na França, que sofreu há alguns anos com esses tipos de atos. A ações ocasionaram a perda de cerca de um milhão de turistas no decorrer daquele ano, representando um valor de 750 milhões de euros em prejuízos.

Segurança na Hotelaria

Outro exemplo utilizado pelo profissional, foi o assalto que a celebridade norte-americana Kim Kardashian sofreu em um hotel de Paris. "Um colaborador do hotel disse que já vinha alertando sobre o problema há cerca de seis anos. Não havia troca de códigos de segurança nem atualização das tecnologias utilizadas. Acabaram fazendo uma reportagem sobre o assalto que repercutiu no mundo. Qual o impacto que vocês acham que um acontecimento desses pode acarretar a um empreendimento?”, indagou o expert.

O atentado ocorrido em Las Vegas em 2017 também foi um dos exemplos trazidos por Blanc. “Com o um hóspede pode subir em um apartamento com um volume grande de bagagem, incluindo 27 armas, tripé, câmeras, e ninguém do staff notar isso?”, perguntou.

No Brasil, algumas ocorrências recentes ganharam notoriedade nos principais veículos de comunicação, como roubos a hóspedes. Inbal mostrou uma reportagem que mostrou como é fácil alguém entrar em um hotel. “Existem empreendimentos que não possuem um mínimo de segurança para poder preservar a integridade de seus hóspedes. É preciso prestar atenção no tema segurança. O tempo todo, sem descanso”, alerta o especialista.

“A mensagem que deixo para vocês é que o Brasil poderia trabalhar o fomento do turismo internacional para poder auxiliar na crise econômica. Mas ainda somos muita mal vistos no exterior. As pesquisas dizem que a segurança é um item que é priorizado pelos turistas, muito mais do que o fato da viagem ser cara ou barata”, disse.

"Todos os colaboradores devem estar comprometidos com a segurança do hotel. Dessa forma é possível potencializar a segurança de um hotel a custo zero. Em épocas de crise, é preciso criar planos de ação, procedimentos de segurança, treinamentos e auditorias que atestem a eficácia dessas ações. Cada colaborador tem sua responsabilidade individual quanto à segurança tanto quanto os profissionais da área e a gerência“, finalizou.

Gestão de Crises

Otavio Novo, direcionador da Novo8 e especialista em gestão de segurança, riscos e crises, deu sequencia na apresentação, dizendo que a segurança e proteção são expectativas básicas. "São tão básicas quanto o ato de respirar. Por isso, que quando há uma ocorrência, as expectativas são quebradas com tanta força", explicou. "Sabem o que a maioria dos hóspedes fazem quando chegam num hotel? Elas dormem. Sentem-se tão seguras, que descansam", completou.

Segundo Novo, os riscos estão por aí e é preciso estar muito atento. "Há casos de intoxicação alimentar, ataques de hackers, vírus, informações viralizadas, etc. Tudo isso causa mais problemas para todos, inclusive os hotéis", apontou.

Em seguida, Novo apresentou o Ciclo de Gestão de Riscos e Crises: 1) Análise de Riscos; 2) Definição de procedimentos; 3) Treinamento e orientações; 4) Gestão de crises; e 5) Atualização dos conceitos de prevenção. "Cada um desses pontos tem por trás um técnica para ser implementada, mas o passo a passo é esse", comentou.

Finalizando, Novo, enfatizou que Pessoas, Negócios e Reputação fazem parte do tripé básico da Gestão de Crise. "Quando acontece algo é preciso emitir um alerta, tomar ações emergenciais, centralizar as informações, ter uma estratégia, tomada de decisões corretas por um comitê, retorno à normalidade, e o aprendizado", encerrou.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News