GP Brasil de F1Cerca de 490 milhões de pessoas assistem a competição no mundo todo

O GP Brasil de F1 acontecerá no próximo dia 17, domingo do feriado da Proclamação da República e promete movimentar o turismo na capital paulista. Quem vem se beneficiando da prova é o setor hoteleiro – que segundo o Centro de Inteligência e Economia do Turismo, da Setur-SP (Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo) – já atinge os 79,2% de ocupação, 13% acima da média para novembro dos últimos cinco anos, de 70%.

A expectativa é que São Paulo receba mais de 1,7 milhão de turistas no mês, já tradicionalmente um dos melhores do ano em termos de visitantes. “Isso é muito sintomático, pois demonstra uma qualificação do turista que visita a capital”, diz Vinicius Lummertz, secretário de Turismo.

Segundo o Centro de Inteligência, alguns empreendimentos estão com mais de 90% de seus quartos reservados. Para fazer a pesquisa, o órgão verificou os índices de 80 hotéis de diferentes categorias. Os mais próximos ao Autódromo de Interlagos, naturalmente, atraem mais turistas. Já as unidades das regiões dos Jardins e Avenida Paulista também estão com boas expectativas.

“O feriado prolongado e mais pessoas de fora circulando pela cidade farão com que diversos segmentos econômicos sejam positivamente impactados, a começar pelo comércio”, acredita Lummertz. Os feriados nacionais são particularmente benéficos para os centros populares de comércio, como as regiões da 25 de Março, Santa Efigênia e Brás. Com turistas de maior poder aquisitivo, como os atraídos pela F1, é esperado também um movimento extra nos shoppings e restaurantes de maior renome.

A reportagem do Hotelier News entrou em contato com três empreendimentos para saber quais as projeções para o período da competição. O Four Seasons, de categoria upscale, está com 90% de ocupação e deve hospedar tanto turistas quanto patrocinadores da prova. O cinco estrelas ainda receberá festas promovidas pela Mercedes-Benz.

Já o Transamerica São Paulo está 100% ocupado para a F1, acomodando equipes e público. De categoria econômica, o ibis Interlagos também está em sua capacidade máxima para o final de semana da corrida. 

GP Brasil de F1: turistas e impacto econômico

Durante a prova, são gerados cerca de 20 mil empregos temporários. A F1 também tem um grande apelo de audiência, que chega a 490 milhões de pessoas no mundo todo. “Por ser a única etapa da América do Sul, além de um evento reconhecido por seu alto nível e exigências, o GP Brasil ajuda a ilustrar as características da Marca São Paulo, o posicionamento que o Estado vem buscando para se diferenciar no cenário mundial do turismo”, diz o secretário Lummertz, que já foi presidente da Embratur e ministro de Turismo.

Países como EUA, China e nações europeias são os principais emissores de turistas no período. Do público presente no autódromo, 77% são de outras cidades do Brasil, o que faz da competição um dos eventos com maior atração proporcional de turistas. Outras ações – como feiras comerciais e grandes shows – têm como foco principal os moradores da Grande São Paulo.

Turistas, principalmente de outros estados e países, representam maior consumo na cidade, principalmente em restaurantes, atrativos turísticos, casas noturnas e compras. Em média, este visitante fica três dias na cidade. “São os gastos mais democráticos, visto que injetam imediatamente dinheiro em diversas frentes, dos motoristas de táxi e de aplicativo aos restaurantes estrelados, dos hotéis de todas as categorias ao comércio mais popular”, lembra Lummertz.

Estudo de impacto econômico realizado pela Fipe/USP indica que o GP Brasil possui um grande coeficiente de alavancagem de recursos: para cada R$ 1,00 investido no evento, são injetados na economia da cidade cerca de R$ 3,20, considerando gastos do público, contratação de serviços para o evento e outros investimentos paralelos.

(*) Crédito das fotos: Beto Issa/GP Brasil de F1