No início de novembro, mais precisamente no dia 3, um grande evento esportivo movimentou o turismo e a hotelaria de São Paulo: o GP Brasil de Fórmula 1, realizado no Autódromo de Interlagos. De acordo com dados do MTur (Ministério do Turismo), a competição, que teve o piloto Max Verstappen como vencedor, atraiu 300 mil turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros, para a capital, injetando cerca de R$ 2 bilhões na economia local.

Esses dados consideram a movimentação de visitantes na cidade, que ofereceu diversas atividades durante o fim de semana, nos dias 1º, 2 e 3 de novembro. Segundo a SPTuris (São Paulo Turismo), órgão da prefeitura, o impacto econômico superou o registrado em 2023, que foi de R$ 1,6 bilhão. Apesar da forte chuva durante o GP, o evento reuniu aproximadamente 219,7 mil pessoas, sendo 110,2 mil apenas no domingo, dia da corrida principal. Esse número de público também foi recorde, de acordo com o relatório.

“Este é mais um grande evento que traz milhares de visitantes de várias partes do mundo ao Brasil, e estamos de portas abertas e prontos para receber esses turistas. O ministro Silvio Costa Filho tem sido um parceiro atuante na preparação dos nossos portos e aeroportos, garantindo cada vez mais conforto aos nossos visitantes”, declarou Celso Sabino, ministro do Turismo, ao entregar o troféu ao segundo colocado da competição.

À frente do Ministério de Portos e Aeroportos, Costa Filho também participou do evento e reforçou a importância do turismo para o desenvolvimento econômico do Brasil. “O ministro Celso Sabino tem realizado um excelente trabalho de incentivo ao turismo nacional e internacional, que se alinha aos nossos esforços de aprimoramento de portos e aeroportos, visando o crescimento de 20% na movimentação este ano”, afirmou.

Dados da SPTuris em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas) indicam que turistas estrangeiros ocuparam 12,2% dos lugares no Autódromo de Interlagos. No topo da lista dos que mais prestigiam o GP estão os argentinos, seguidos por chilenos, colombianos e uruguaios. Entre os brasileiros, a maioria do público era de paulistas (62,8%), seguidos por mineiros (8,3%), paranaenses (7,2%), catarinenses (5%) e gaúchos (3,6%). Visitantes do Rio de Janeiro representaram 3% dos presentes nas arquibancadas.

Impacto na hotelaria

Como esperado, o fluxo de turistas em São Paulo no fim de semana do GP elevou significativamente a ocupação hoteleira. No Wyndham São Paulo Ibirapuera, o período da corrida foi responsável pela receita total planejada para o mês, segundo Juliana Calaes, gerente de Vendas do hotel.

“Durante o fim de semana da corrida, registramos uma ocupação média de 90%. Além disso, o período elevou em 33% nossa diária média em comparação ao acumulado do ano. Para alcançar esse resultado, toda uma estratégia foi planejada antecipadamente. Trabalhamos com vendas de pacotes de no mínimo duas noites, ajuste de preços conforme o mercado e ampliamos nossa capacidade para atender grandes grupos. Também apostamos na tematização, exibindo uma réplica oficial do carro de Ayrton Senna no lobby”, destacou a executiva em entrevista ao Hotelier News.

Juliana acrescentou que o sucesso do evento também gerou um cenário otimista para o último mês do ano, com eventos corporativos movimentando a primeira quinzena, além de uma alta na demanda por confraternizações e eventos sociais ao longo de dezembro. “Estamos, inclusive, trabalhando estratégias para as festas de fim de ano, que sempre atraem grande público”, explicou.

Celso Valle

“Finais de semana de F1 são sempre positivos para nós”, disse Valle

Celso Valle, diretor geral do Palácio Tangará, também comentou ao Hotelier News que, durante a semana do GP de Fórmula 1, o hotel atinge 100% de ocupação, tendência que se repetiu neste ano. “Recebemos 18 dos 20 pilotos aqui, além de diretores de equipes e fãs do esporte. A diária média neste período superou R$ 5 mil”, disse.

“A demanda para a semana da competição é praticamente orgânica, pois os pilotos já nos conhecem e, assim que o GP termina, já iniciamos as reservas para o próximo ano. Nossa ocupação é muito influenciada pelo calendário de eventos de São Paulo, não só esportivos. Este ano, por exemplo, a NFL foi uma grata surpresa, e a agenda de shows internacionais de 2025 já está cheia, o que é excelente para nós”, completou Valle.

O executivo destacou que as expectativas para o próximo ano são positivas, com o hotel mantendo o foco no segmento corporativo durante a semana e atendendo ao público de lazer e social nos fins de semana e feriados.

No Bristol International Airport Hotel, a ocupação foi de cerca de 85%, enquanto a diária média teve um aumento de 30% no final de semana da Fórmula 1. “Utilizamos estratégias de divulgação nas redes sociais e em nossos canais tradicionais de venda. Recebemos reservas de clientes que vieram para o GP e escolheram o Bristol pela proximidade com o Aeroporto Internacional de Guarulhos e pelo serviço de transfer até o local do evento”, explicou Rogério Filho, gerente geral do empreendimento.

(*) Crédito da foto: Reprodução/Tomada do Tempo