terça-feira, 2/setembro
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Hotel Trends Orçamentos: investidores apostam em grandes cidades

Dando sequência à plenária do Hotel Trends Orçamentos 2026, iniciada hoje (2), o painel O potencial da hotelaria na visão dos investidores profissionais reuniu especialistas do mercado de capitais que foram categóricos quanto aos investimentos: foco em compras em grandes cidades com potencial de público diverso.

Participaram do debate André Lucarelli, vice-presidente sênior da Brookfield Asset Management; Caio Mantovani, diretor de Real Estate do BTG Pactual; e Felipe Haeckel, sócio da Pedra do Reino Investimentos. A moderação foi de Pedro Cypriano e Henrique Campolina, da Noctua Advisory.

Houve consenso sobre o distanciamento aos projetos greenfield. O alto custo de terrenos nas capitais e o volume de investimento necessário foram citados como os principais impeditivos para novos desenvolvimentos neste momento. Como estratégia principal, os investidores apontaram a compra de ativos já existentes para ampliar seus portfólios sem gastar de maneira massiva em novas construções.

Hotel Trends Orçamentos - investidores - interna
Executivos destacam potencial de grandes cidades

Preferências de investimentos

Assim, os painelistas demonstraram preferência por investir em cidades maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro. A justificativa é a maior diversidade de público, que mescla lazer e negócios, dando mais segurança para o investimento ao permitir uma adaptação à alta ou à queda de um segmento ou outro. Essa característica, segundo eles, confere mais estabilidade aos ativos hoteleiros.

“Temos muita cautela para olhar e investir em cidades de lazer por alguns motivos. O primeiro ponto é para evitar investir em um hype temporário, e o segundo ponto é que nossos ativos demandam constante governança e proximidade, algo que um destino turístico pode não ter. Por isso, focamos em hotéis como o Fairmont Rio e o futuro Sofitel Ipanema, localizados em uma grande cidade e com potencial de público diversificado”, pontuou Mantovani.

“Não pensamos em curto ou médio prazo, e sim em investimentos para 10 anos adiante, principalmente no Brasil. Não olhamos hotelaria diferente de nossos segmentos de ativos office ou family. Hoje, o investimento em greenfield é muito difícil, não só para hotéis, mas também para nossos outros segmentos, então precisamos ter uma visão a longuíssimo prazo”, disse Lucarelli.

Contudo, a expectativa de um potencial crescimento econômico em 2027 aquece as perspectivas para as incorporadoras, que já vislumbram o cenário de forma mais otimista. “Se a economia vai melhorar a partir de 2027, então já precisamos pensar nos investimentos a partir de agora. Estamos estudando a incorporação de mais hotéis resort, que têm grande potencial assim como o Ibis Styles Maragogi, e queremos esse modelo para mais dessas cidades com foco no turismo de lazer”, comentou Haeckel.

*Por Leonardo Neves, especial para o Hotelier News

(*) Crédito das fotos: Bruno Churuska/Hotelier News