Dando sequência à plenária do Hotel Trends Orçamentos 2026, iniciada hoje (2), o painel O potencial da hotelaria na visão dos investidores profissionais reuniu especialistas do mercado de capitais que foram categóricos quanto aos investimentos: foco em compras em grandes cidades com potencial de público diverso.
Participaram do debate André Lucarelli, vice-presidente sênior da Brookfield Asset Management; Caio Mantovani, diretor de Real Estate do BTG Pactual; e Felipe Haeckel, sócio da Pedra do Reino Investimentos. A moderação foi de Pedro Cypriano e Henrique Campolina, da Noctua Advisory.
Houve consenso sobre o distanciamento aos projetos greenfield. O alto custo de terrenos nas capitais e o volume de investimento necessário foram citados como os principais impeditivos para novos desenvolvimentos neste momento. Como estratégia principal, os investidores apontaram a compra de ativos já existentes para ampliar seus portfólios sem gastar de maneira massiva em novas construções.

Preferências de investimentos
Assim, os painelistas demonstraram preferência por investir em cidades maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro. A justificativa é a maior diversidade de público, que mescla lazer e negócios, dando mais segurança para o investimento ao permitir uma adaptação à alta ou à queda de um segmento ou outro. Essa característica, segundo eles, confere mais estabilidade aos ativos hoteleiros.
“Temos muita cautela para olhar e investir em cidades de lazer por alguns motivos. O primeiro ponto é para evitar investir em um hype temporário, e o segundo ponto é que nossos ativos demandam constante governança e proximidade, algo que um destino turístico pode não ter. Por isso, focamos em hotéis como o Fairmont Rio e o futuro Sofitel Ipanema, localizados em uma grande cidade e com potencial de público diversificado”, pontuou Mantovani.
“Não pensamos em curto ou médio prazo, e sim em investimentos para 10 anos adiante, principalmente no Brasil. Não olhamos hotelaria diferente de nossos segmentos de ativos office ou family. Hoje, o investimento em greenfield é muito difícil, não só para hotéis, mas também para nossos outros segmentos, então precisamos ter uma visão a longuíssimo prazo”, disse Lucarelli.
Contudo, a expectativa de um potencial crescimento econômico em 2027 aquece as perspectivas para as incorporadoras, que já vislumbram o cenário de forma mais otimista. “Se a economia vai melhorar a partir de 2027, então já precisamos pensar nos investimentos a partir de agora. Estamos estudando a incorporação de mais hotéis resort, que têm grande potencial assim como o Ibis Styles Maragogi, e queremos esse modelo para mais dessas cidades com foco no turismo de lazer”, comentou Haeckel.
*Por Leonardo Neves, especial para o Hotelier News
(*) Crédito das fotos: Bruno Churuska/Hotelier News