índices ABRAlberto Cestrone e Sérgio Souza, presidente e vice da ABR

O mercado de resorts no Brasil parece ser modelo quando o assunto são setores aquecidos dentro do turismo. Indício disso foram os números apresentados este final de semana pela ABR (Associação Brasileira de Resorts). Os indicadores, relativos ao primeiro trimestre do ano, mostram alta na taxa de ocupação e na receita dos 48 meios de hospedagem filiados à organização. A média de quartos preenchidos ficou dez pontos porcentuais acima do visto em época idêntica de 2017. O RevPar (receita por apartamento disponível) subiu 10,17%.

Nos primeiros três meses de 2018, a média de ocupação nessas propriedades ficou em 74,4% – na temporada passada o número nesse quesito era de 63%. O destaque no período foi janeiro, com média acumulada de 82,1%. 

Os dados concernentes à receita aparecem satisfatórios também. O RevPar médio foi de R$ 1059,33. Já o TrevPar (valor das receitas divididas pelas unidades habitacionais disponibilizadas para a venda) ficou em R$ 787,92, maior valor desde a criação do estudo e 28% superior na comparação com 2017.

O relatório periódico, chamado Resorts em Números, fez ainda um segregação das unidades, separando-as em resorts de campo e resorts de praia, ofertas all inclusive e outros regimes de pensão. 

Nesses termos, notou-se que as propriedades praianas tem melhor ocupação – 75,9% contra 51% dos estabelecimentos de campo – mas dados financeiros inferiores – a receita média em unidades no litoral é de R$ 974, em meios de hospedagem camponeses o dado é R$ 1354. O outro recorte mostra resorts all inclusive com 79% de ocupação e receita média de R$ 949. Em unidades com outras pensões os quartos ocupados dão 67% e a verificação de receita ficou em R$ 1110.

Responsável pela apresentação dos números e por liderar as ações da associação, Alberto Cestrone, presidente da ABR, explicou a importância de medir o desempenho dessas propriedades. Ele, no entrento, ressaltou que a intenção de estudos como esse não é apenas de mostrar o desempenho. O entendimento de oferta, perfil de consumo e demanda também faz parte da métrica dos estudos.

Novos índices buscam desvendar perfil de clientes

"Nesta edição do Resorts em Números trouxemos alguns dados novos que foram verificados no sentido de entender quem é o cliente que consome nossos resorts", comenta Cestrone. As novas informações coletadas pelo levantamento são: média de hóspede por unidade habitacional e média de colaboradores por UH.

A primeira delas mostra que esses estabelecimentos receberam 2,42 hóspedes por apartamento. O segundo dado novo diz que existe 1,38 colaborador por habitação. 

"Estamos interessados em entender o cliente que frequenta essas unidades. Conhecer o perfil dos hóspedes", reitera o presidente da associação. Ele acrescenta, entretanto, que apenas esses dois indicativos não são o suficiente para cumprir essa missão. Por isso, já nos próximos estudos, novas informações devem ser incluídas nesse sentido. Verificar os principais mercados emissores e algumas pesquisas indicando preferências serão os próximos passos.

Em projetos futuros, adianta o presidente, a ideia é utilizar informações de redes sociais para personificar ainda mais quem são os clientes de cada propriedade e quais são seus gostos particulares. 

"Todos esses ótimos números do primeiro trimestre são motivadores e confirmam que as nossas expectativas de retomada dos resorts são reais", pondera o dirigente. "Aos hoteleiros fica  atarefa de estudar esses dados para comparar com sua própria realidade", completa.

(*) Crédito da foto: Filip Calixto/Hôtelier News