ICF mostra que intenção de gastos das famílias continua em alta, diz CNCPesquisa aponta que recuo da inflação contribui na alta do índice

A intenção de gastos das famílias continua em alta durante o mês de outunbro. O ICF (Intenção de Consumo das Famílias), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), revelou a terceira alta seguida. Houve aumento de 0,2% com relação a setembro, chegando a 93,3 pontos. Na comparação com outubro do ano passado, a variação positiva foi de 7,7%. No mês passado, o ICF havia apresentado elevação de 0,3%, quando o índice chegou a 92,5 pontos.

De acordo com a pesquisa, o resultado reforça tendência de avanço projetada pela CNC para o segundo semestre do ano. Isso ocorre após longo período de queda do índice, entre março a julho. "O ICF está refletindo uma melhora gradual da economia, com inflação baixa, juros primários em queda e a reação do mercado de trabalho”, explica José Roberto Tadros, presidente da CNC. 

CNC: recuo da inflação contribui

O recuo da inflação contribuiu também para a melhora do poder aquisitivo. Nesse contexto, 35,9% das famílias estimam que o orçamento melhorou em outubro, contra 31,6% no mesmo mês do ano passado.

Os subindicadores Momento para Duráveis, com alta de 3,1%, e Perspectiva Profissional, elevação de 0,7%, foram os destaques positivos. Por outro lado, as percepções com relação à Perspectiva de Consumo, com queda de 1,7%, e Emprego Atual, com retração de 0,4%, apresentaram-se negativas.

Especificamente sobre a avaliação das famílias quanto à Perspectiva de Consumo, apesar de ter apresentado a maior variação negativa do mês, houve melhora na comparação com o ano passado, com elevação de 11,8%. Nesse sentido, em outubro de 2019, 33,7% das famílias reconhecem que as tendências de compra são maiores, contra 27,1% no último ano.

Além de Perspectiva de Consumo, outros dois itens se destacaram na comparação anual: Momento para Duráveis (13,6%) e Compra a Prazo (12,0%). "Os dados mostram que as famílias têm hoje uma situação mais favorável do que há um ano", ressalta Antonio Everton, economista da CNC.

Apesar da terceira alta consecutiva, o indicador de outubro ainda encontra-se distante do maior patamar aferido em 2019, que foi em fevereiro, com 98,5 pontos. "Por mais que tenhamos a liberação dos recursos do FGTS e do PIS/Pasep e um cenário promissor, o crescente endividamento social e a lenta recuperação do mercado de trabalho podem fazer com que as intenções de compra sejam atenuadas", conclui o economista da Confederação.

(*) Crédito da foto de capa: Ranjay/Pixabay

(**) Crédito da foto: Alterio Felines/Pixabay