domingo, 22/setembro
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Hoteleiro por escolha, Latif Abrão Junior lembra trajetória no segmento

Latif Abrão JuniorAbrão Junior administra o Terras Altas desde 2007

Administrador e advogado por formação, Latif Abrão Junior escolheu ser hoteleiro. Com a carreira construída em atividades ligadas à prestação de serviços, o executivo viu em 2007 a chance de mudar de ares e realizar um antigo desejo. Comprou um pequeno hotel na grande São Paulo e o transformou, à sua maneira, num meio de hospedagem cercado de paisagens naturais, com forte apelo na realização de eventos e capaz de receber famílias em momentos de lazer. 

A realização do sonho do empresário veio com o Terras Altas Hotel & Convention Center, que há 11 anos está sob sua gestão. "Era um hotel menor, bem diferente mas com algumas características ainda mantidas", lembra. 


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Na prateleira do que foi conservado está a atmosfera rural. O empreendimento fica em meio a uma área de Mata Atlântica com 10 alqueires. Na lista de mudanças está a estrutura construída que hoje corresponde a 12 mil m² — 103 apartamentos disponíveis, 20 salas de evento e estrutura de lazer.

Olhando para trás, o empresário conta que tudo foi feito de acordo com o que estava planejado nos idos da compra da propriedade. "Queríamos um hotel que atendesse, sobretudo, as empresas da região em ocasiões de treinamentos, workshops, convenções e reuniões", revela. O planejamento foi seguido a risca e acrescentado por um plano recente de fomento à estrutura de lazer.

As estratégias para atração de público e as características da propriedade, no entanto, ficam de lado quando ressaltados os meios como as decisões são tomadas. O Terras Altas é um dos exemplos da chamada hotelaria independente — que, apesar de ser maioria no país fica em menor número quando olhada a oferta da região. Esse tipo de administração, na visão de Abrão Junior, favorece a clientela, que encontra nessas unidades um tipo ímpar de atendimento.

"Acho melhor ser assim. Mas não é o que o mundo pensa nem a maneira com a qual a hotelaria de hoje está estruturada", pondera o executivo. De acordo com ele, um tripé, formado por investidores hoteleiros, empresas gestoras e construtoras, sustenta o modo de fazer hotel nas grandes cidades. Ainda segundo raciocina o empresário, o domínio de mercado se dá em virtude do poder de investimentos que essa formação apresenta e que falta a um independente.

"Quando você é independente há dificuldades para obtenção de capital, coisas que os empreendimentos de rede não têm. Mas o lado bom é que conseguimos dar nossa cara ao hotel, desenvolver nosso próprio programa de atendimento e cultura interna", considera.

Na trajetória do Terras Altas até houve uma tentativa de parceria com rede. Entre 2015 e 2017 um acordo com a Blue Tree Hotels vigorou na administração. "Agradeço a Blue Tree. Foi um período de aprendizado. Mas preferi caminhar sozinho", comenta o dirigente.

Sobre uma nova tentativa de negociações nesses moldes, o empresário, a princípio, descarta. "Não tenho a intenção de torná-lo um hotel de rede. Mas tudo é uma questão de oportunidade, de época e de propostas". 

Na independência ou sob tutela de uma rede, Abrão avalia de maneira positiva o trabalho feito no empreendimento de Itapecerica da Serra. "Talvez não sejamos o melhor. Mas certamente somos um bom hotel com três características marcantes: qualidade de serviço, atenção no atendimento e cercado por uma natureza exuberante", resume.

Latif Abrão Junior e o associativismo

Na carreira mais recente, como hoteleiro, o executivo deixou claro uma outra inclinação que tem: a do associativismo. Há cerca de dois anos atua também como vice-presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo). "Sou um dos mais novos nessa carreira dentro da organização. Mas tem me ensinado muito", avalia.

Além da entidade hoteleira, Abrão é presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes em Vendas e Marketing do Brasil), órgão sexagenário com abrangência que vai além da área de atuação. "Acredito no associativismo. Entendo que juntos nos tornamos mais capazes de lutar e requerer o que precisamos".

(*) Crédito da foto: Filip Calixto/Hotelier News