Viagens internacionais cresceram 3% na América do Sul em 2018
Dois anos antes do previsto, o total de viagens internacionais no mundo atingiu a marca de 1,4 bilhão em 2018. O número recorde foi, entre outros fatores, provocado pela alta de 6% no indicador frente a 2017, expansão bem acima do previsto pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para o crescimento da economia mundial (3,7%). A informação consta do estudo UNWTO World Tourism Barometer, divulgado ontem (21) pela OMT (Organização Mundial do Turismo).
A expansão verificada no volume de viagens internacionais foi a mais alta desde 2010. Oriente Médio (+10%) e África (+7%) foram as únicas regiões que cresceram acima da média global. Ásia-Pacífico e Europa encerraram o ano passado com acréscimo de 6%, enquanto as Américas registraram elevação de 3%, mesmo percentual da América do Sul.
Estudo publicado pela OMT em 2010 estimava que a marca de 1,4 bilhão de viagens internacionais seria alcançada apenas em 2020. Segundo a entidade, uma série de fatores levou à antecipação. Crescimento econômico, barateamento das viagens, avanços tecnológicos, novos modelos de negócios e facilidade de concessão de vistos são os principais.
“O crescimento do turismo nos últimos anos confirma que o setor é um dos principais indutores do desenvolvimento econômico. É nossa responsabilidade gerenciá-lo de maneira sustentável e traduzir essa expansão em benefícios reais para todos os países, criando oportunidades de emprego e empreendedorismo, e sem deixar ninguém de fora”, afirma Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT.
Pololikashvili: turismo é um grande indutor de desenvolvimento
OMT: previsões para 2019
Em cima das perspectivas da OMT para a indústria de viagens, a previsão é que o total de viagens internacionais cresça de 3% a 4% em 2019. Segundo a entidade, se confirmado, o percentual ficaria em linha com a média histórica. Alguns prós e contras levaram a instituição a chegar nessa estimativa.
No primeiro grupo, a estabilidade no preço do querosene de aviação em nível global deve baratear as viagens internacionais. Em paralelo, isso deve estimular a criação de novas rotas e conexões aéreas. Neste sentido, avalia a OMT, mercados emergentes como Índia e Rússia tendem a se beneficiar, assim como destinos asiáticos e árabes secundários. Ponto negativo foi a falta de menção ao Brasil, mesmo com o trade buscando melhorias neste sentido.
Por outro lado, o provável desaquecimento da economia global, a guerra comercial entre China e Estados Unidos e as incertezas com o Brexit devem brecar um pouco os investimentos dos principais players do setor de turismo, avalia a OMT.
"Digitalização, novos modelos de negócios, viagens mais acessíveis e mudanças sociais devem continuar moldando nosso setor. Dessa forma, tanto os destinos, quanto as empresas, precisam se adaptar se quiserem permanecer competitivos", finaliza Pololikashvili.
(*) Crédito da capa: tookapic/Pixabay
(**) Crédito da foto: skeeze/Pixabay
(***) Crédito da foto: Divulgação/OMT