A Accor tem um bom histórico de franceses boa-praça em posições de liderança no país. De Roland Bonadona a Franck Pruvost, passando ainda por Philippe Godefroit e ao CEO atual, Patrick Mendes, são todos atenciosos com a imprensa tupiniquim. Nosso convidado de hoje (16) no Três perguntas para não foge à regra. COO das marcas de Luxe & Lifestyle Accor América do Sul, Philippe Trapp conversou com o Hotelier News sobre os preparativos das bandeiras de luxo para a retomada.
Na semana passada, a Accor confirmou a data de reabertura do Fairmont Copacabana. Hotéis da bandeira Mercure e Pullman já estão operando e, segundo Trapp, todos vêm com novidades para os consumidores. “Mais que focar em custos, no momento meu direcionamento às equipes tem sido muito mais voltado ao potencial de inovação e desenvolvimento de novos serviços e produtos, bem como em gerar valor agregado aos nossos hóspedes e clientes”, comenta o executivo.
Trapp confirmou que as obras do Pullman Rio de Janeiro, em São Conrado, tiveram um pequeno atraso em função da pandemia, mas a renovação do empreendimento já foi retomada. Ainda assim, ele destacou que a rede francesa segue confiante com a recuperação do mercado carioca, que já reagiu no ano passado. “O Rio de Janeiro continua lindo e acreditamos que o brasileiro está ávido para descobrir ou redescobrir os encantos da cidade.” Leia o restante da entrevista abaixo.
Três perguntas para: Philippe Trapp
Hotelier News: Hotéis de luxo têm operações mais complexas e custosas e, dependendo da praça, dependência grande do mercado internacional. Dentro do plano de retomada da Accor, essas unidades serão as últimas a reabrir? Como está o planejamento?
Philippe Trapp: Os hotéis de luxo são mais completos, com nível full service, ou seja, com restaurantes, spas, fitness center, áreas de eventos e convenções, por isso têm operações mais complexas. Apesar disso, eles também estão seguindo um cronograma de reaberturas como todas as nossas marcas, dependendo de vários fatores para tomarmos essa decisão. Importante mencionar que, desde o início da pandemia, ajustamos nossos processos para, em um primeiro momento, adequarmos-nos ao novo momento, sobretudo com grande reforço nos protocolos de sanitização.
Trapp: 'não perder a capacidade de encantar os clientes' é o segredo
Mais que focar em custos, no momento meu direcionamento às equipes tem sido muito mais voltado ao potencial de inovação e desenvolvimento de novos serviços e produtos, bem como em gerar valor agregado aos nossos hóspedes e clientes. Com isso, podemos mencionar o Room-Office, que foi lançado em São Paulo, mas já está em nossos hotéis em todo o Brasil. Lançamos também o serviço de delivery no Pullman Ibirapuera, Pullman Guarulhos e na Boulangerie do Grand Mercure Ibirapuera, como Coffee Break Boxes, celebration boxes.
HN: Especificamente sobre o Rio de Janeiro, o que a rede está pensando em relação ao Fairmont Copacabana? E o Pullman? A reinauguração será atrasada? Qual a influência da retomada da malha aérea nessa decisão?
PT: O Rio de Janeiro continua lindo e acreditamos que o brasileiro está ávido para descobrir ou redescobrir os encantos da cidade. Apostamos muito no turismo local neste primeiro momento e preparamos novidades, além dos protocolos de sanitização, para receber esses clientes com o melhor da gastronomia e excelência em serviços. Para as reaberturas, todos os hotéis estão seguindo um cronograma que leva em conta diversos fatores, como medidas da cidade e procura, entre outros. Evidentemente que a malha aérea é um fator decisivo, porém também temos que levar em consideração outros modais, como o rodoviário, visto que todas as unidades são equipadas para receber estes hóspedes, com valetes e estacionamento.
No Fairmont Copacabana, as equipes continuam trabalhando com experiências exclusivas, com parceiros que seguem estritamente nossos protocolos de higienização, como um tour de barco pela baia de Copacabana ou um sobrevoo de helicóptero, tendo como cenário os incríveis monumentos naturais da cidade. Imperdível! Já para os hotéis que estão em obras, elas continuam. Houve uma parada logo no início da pandemia, mas todas já retomaram, então podemos ter alguns atrasos, mas não é algo que nos preocupa.
HN: Com o novo normal e os novos protocolos, como ficam as experiências nas áreas comuns desses empreendimentos?
PT: Os hotéis Premium e de Luxo têm, naturalmente, áreas mais espaçosas que os outros, então conseguimos adaptar melhor esses locais, oferecendo o serviço com o isolamento físico necessário, com distanciamento entre aparelhos, nas academias, ou nas cadeiras, nas áreas de evento, por exemplo. É importante destacar que a hotelaria é uma área que está em constante transformação, então sempre estamos lançando novidades, antecipando tendências. A pandemia fez com que tomássemos medidas de forma mais rápida e que fizéssemos algumas adaptações para readequar os hotéis, porém já vínhamos redesenhando algumas novidades e, após a volta à normalidade, também continuaremos nessa busca, antecipando necessidades dos clientes. Para mim, o mais importante, além de garantir a segurança dos hóspedes e colaboradores, é não perdermos a capacidade de seguir encantando os clientes com um serviço atencioso e caloroso, uma gastronomia saborosa e em ambientes agradáveis – e seguros, mais uma vez.
(*) Crédito: Divulgação/Accor