Na última semana, apresentei no evento Hotel Trends Orçamentos os primeiros resultados da nova edição do estudo Orçamentos Hoteleiros 2025, realizado pela Noctua Advisory, em parceria com o Hotelier News.

Aqui, trago um resumo das principais conclusões do estudo, que teve a participação de mais de 500 hotéis e resorts pelo Brasil, além de 40 executivos, entre gestores hoteleiros e investidores profissionais.

Primeiro, alguns destaques de 2024

Seguimos crescendo até aqui, tanto na hotelaria urbana como nos resorts. A receita das propriedades encontra-se aproximadamente 30% acima de 2019, em valores reais (além da inflação do período). Em hotéis de luxo, não foi menor a intensidade de valorização das propriedades.

Mas diferentemente do último ano, a evolução de demanda perdeu força no país, principalmente nas maiores capitais. As diárias têm sido o principal vetor de melhoria de performance dos hotéis no Brasil.

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Mas e para 2025, o que esperar?

Entendamos as premissas que ancoram as projeções para o próximo ano:

1. Ambiente econômico modesto: apesar da inflação controlada (+4%), expectativa de baixo crescimento do PIB (até 2%) e juros ainda altos, em dois dígitos.

2. Dólar seguirá valorizado: economistas preveem o dólar próximo a R$ 5,40, acima dos valores médios de 2023 (R$ 5,30).

3. Baixa evolução de oferta de hotéis e resorts: há menos de 60 hotéis e pouco mais de 10 resorts com abertura prevista até 2025.

4. Aumento da oferta de STR e multipropriedades: apenas em São Paulo, o inventário de aluguel de temporada já representa metade do total de UHs.

5. Tarifas aéreas seguirão caras: em comparação com o início de 2020, valores atuais são quase 20% mais altos, além da inflação.

Como efeito no setor hoteleiro, a conclusão é simples: o crescimento de ocupação em 2025 perderá força em comparação com os últimos anos.

Então onde estão as oportunidades?

Na pesquisa desenvolvida pela Noctua, cruzamos os dados de dois grupos de hotéis: (i) Top performers, com aumento superior a 15% em RevPAR; (ii) Low performers, com RevPAR em estabilidade ou em queda. Como conclusão, a diferença de resultados entre os grupos foi mais marcante em 3 variáveis:

  •  Volume de receitas auxiliares;
  • Efetividade em investimentos em marketing;
  • Efetividade em revenue management.

Hotéis que estão crescendo mais em resultados no país estão com melhores performances nos itens acima, o que sinaliza ao mercado caminhos para romper o baixo crescimento orgânico em razão da economia modesta.

Outro destaque indicado no estudo foi o potencial das reformas. Mais de 50% dos hotéis pesquisados investirão em renovação. Durante o evento Hotel Trends Orçamentos, CEOs dividiram com o público exemplos de hotéis que conseguiram aumentos de diária de até 30% após reformas.

E quando o tema é diária média, é gigante a diferença entre as tarifas públicas e negociadas, acima de 30%.

Em resumo, as oportunidades estão dentro dos nossos próprios hotéis

Quando o “efeito maré” não é tão favorável, precisamos remar mais forte em nossas empresas para continuar crescendo além do orgânico. E sim, a diária e outras receitas terão papéis predominantes na valorização hoteleira, o que faz as atividades de marketing e revenue management cada vez mais estratégicas.

Enquanto o GOP (lucro operacional bruto) médio da hotelaria for próximo a 30%, teremos que continuar buscando melhores resultados para remunerar melhor os investimentos em nossos hotéis.

Mais informações?

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Pedro Cypriano é especialista em investimentos e gestão estratégica, fundador e sócio-diretor da Noctua Advisory | Inteligência em hospitalidade e entretenimento. Ao longo dos últimos 20 anos, liderou centenas de projetos junto a consultorias globais, na Europa, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Conselheiro de empresas de multipropriedade, timeshare e hotelaria. É autor do livro Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil, pela editora SENAC, e professor em cursos de pós-graduação e programas executivos no Brasil e no exterior.

(*) Crédito da foto: Bruno Churuska/Hotelier News