A pandemia trouxe aos empreendedores novos desafios e também obrigou o mercado a encontrar soluções criativas. Pensando em mudar a forma de fazer negócios, a Pousada Port Louis hoje passa por um processo de transição para o modelo de timeshare.

Localizada na Praia de Tabatinga, em Caraguatatuba (SP), a pousada será a primeira da região a oferecer esse tipo de serviço. “Essa demanda foi desenvolvida durante a pandemia como uma alternativa para o hotel. Nós começamos a pensar em timeshare, ou eventualmente multipropriedade, na época até fazer uma consulta prévia à prefeitura de Caraguatatuba”, contextualiza Eduardo Faraco, consultor e gerente de projeto do programa de timeshare na Port Louis.

“A razão não é exclusivamente da pandemia, mas havia um desgaste natural dos proprietários já há 13 anos gerenciando o hotel com bons resultados”, justifica Faraco. Entre os meses de março e abril, o grupo identificou que não seria possível comercializar no modelo multipropriedade. “Porque a prefeitura determina que os lotes mínimos escriturados tenham por volta de 200 metros quadrados, o que não é o caso na venda de locações turísticos imobiliários”, explica.

Nesse contexto, o consultor partiu para um estudo de viabilidade. “E nós começamos a ver a possibilidade de migrar a operação hoteleira para venda das frações, em um esquema de timeshare”.

Conforme o estudo foi desenvolvido, o consultor foi identificando indicadores positivos para a transição. “A exemplo do fato de não existirem modelos de multipropriedade ou timeshare em todo o litoral norte, desde a ponta de São Sebastião até a outra ponta de Ubatuba, não identificamos empreendimentos vendendo nenhum dos dois produtos”, comenta Faraco.

Outro fator positivo para a mudança é a proximidade de Caraguá a Campinas, São Paulo e Vale do Paraíba. “O que, somado de forma bruta, resulta em cerca de 30 milhões de pessoas. E nós temos pouco mais de 1,2 mil frações para vender. O que é uma relação bastante positiva”, pontua. A proximidade também ajuda a acelerar a retomada do turismo paulista, com grande destaque para o litoral norte.

Ainda sobre o quesito financeiro, a equipe trabalha um plano de frações partindo de R$ 23 mil, em uma semana, para baixa temporada, até R$ 108 mil, frações de quatro semanas em um apartamento mais sofisticado. “E isso deu o que chamamos de VGV, na ordem de R$ 60 milhões, e aí continuamos fazendo estudos a medida que nós identificamos que não haviam empreendimentos no litoral norte neste modelo, começamos a analisar em outras regiões”, diz Faraco.

Passaram a ser estudadas regiões como Nordeste, interior de São Paulo, como Olímpia, por exemplo, que tem uma grande concentração de timeshare  e multipropriedade, além de Caldas Novas. “Mas principalmente o Nordeste que tem uma boa concentração de hotéis de praia”, adiciona.

Port Louis - timeshare

Pousada oferecerá 42 apartamentos em cinco categorias

Port Louis: implementação do modelo

Com resposta positiva ao estudo de viabilidade, o próximo passo foi foi a escolha pela comercializadoras ou modelo de autogestão. “Recebemos propostas e entendemos que com o know-how meu e do Luiz, seguiríamos com autogestão”, explica. “Começamos ao fim de maio, final de junho já fizemos a primeira viagem para Caraguá para fazer um checklist, um planejamento de todas as ações necessárias para iniciar as vendas a partir de 30 de outubro”.

Ao todo, foram 159 itens a serem cumpridos para o check list mencionado. “Desde pessoas a equipamentos, e as coisas tem andado muito bem. Contratamos assessoria que tem dado um apoio muito importante, uma agência de marketing que tem feito o material gráfico e para as redes sociais que também é importante”, comenta o consultor.

Com isso, a Port Louis oferecerá 42 apartamentos, em cinco categorias e totalmente equipados, com capacidade para até quatro pessoas. “Todos os apartamentos vão entrar nesse modelo, em frações de uma, duas ou quatro semanas”, explica.

O direitos de uso estão sendo comercializados por 50 anos, com o benefício durante os primeiros dois anos à intercambiradora RCI. “Para o tempo de venda, nós previmos, inclusive tomara que esteja errada e seja mais rápido, três anos para acontecerem. Ao longo desses três anos acontece a operação simultânea, será uma migração natural, a partir do momento que forem vendidas 40% das cotas já trabalhamos mais com as cota do timeshare até atingir 100%”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Pousada Port Louis