Matheus Quincozes - tres perguntas - capaQuincozes fundou a VEGA I.T. com apenas 18 anos

Como um bom millennial, Matheus Quincozes respira tecnologia. Seja no trabalho, como CEO e fundador da VEGA I.T. ou nas horas vagas jogando videogame, uma de suas paixões. Ainda aos 12 anos, o profissional sabia que o digital seria peça-chave no futuro, e no início dos anos 90 decidiu que sua carreira seria direcionada para o setor.

Quem vê a empresa de soluções digitais para o setor hoteleiro hoje nem imagina que foi fundada por um adolescente de 18 anos. Apesar de consolidada no mercado, Quincozes afirma que a pouca experiência foi um empecilho no começo. “Existia a dificuldade em administrar, não apenas criar softwares. Não tinha bagagem, então foram muitos erros e aprendizados”, relembra.

Esse foi o gatilho principal para cursar a faculdade de Administração de Empresas na Universidade Federal do Paraná e, em seguida, cursos de especialização em tecnologia. Em 2000, fundou a VEGA I.T., que de início atendia diferentes segmentos e realizava o suporte de T.I. para um empreendimento hoteleiro em Curitiba. Foi nesse momento que as oportunidades começaram a aparecer.

“Fazíamos o suporte técnico para esse empreendimento e conhecemos a hotelaria por dentro. Com isso, identificamos muitas falhas operacionais. Tudo era feito em papel, manual, até a gestão de T.I. era terceirizada. Diante disso, enxergamos a oportunidade de fazer a diferença nesse mercado lançando produtos. Hoje oferecemos 20 soluções para meios de hospedagens”, conta.

Três perguntas para: Matheus Quincozes

Hotelier News: A VEGA I.T. oferece diversas ferramentas para o setor de hospitalidade. Com a crise, quais os principais produtos que vêm sendo procurados pelo mercado?

Matheus Quincozes: Desenvolvido ao longo dos nossos 20 anos de existência, possuímos o maior ecossistema de soluções tecnológicas para hospitalidade não só no Brasil, como no mundo. São quase 20 ferramentas e esse número não para de subir. Sempre temos parte de nosso tempo dedicados a culturização tecnológica do hoteleiro, para que ele veja o real valor e o retorno das soluções e não apenas o preço (que não é nada caro quando analisamos que o payback da ferramenta é sempre rápido). A pandemia nesse sentido foi um acelerador desse processo, o mercado terá que fazer em 12 meses o que talvez demoraria de cinco a 10 anos para que fosse realizado de forma orgânica e natural. Nesse sentido, nossas soluções de check-in automatizado (Easy Checkin), experiência de interação com o hóspede dentro do quarto através de QRcode (Hotel Experience – HXP WEB), e as soluções de pesquisa de satisfação e engajamento (Vega Feedback), têm sido as mais procuradas nesse início tímido de retomada. Isso muito com o apelo ainda de higienização e distanciamento social. Os hoteleiros estão descobrindo que as ferramentas trazem muito mais, quase todos os clientes foram unânimes em nos dar um retorno que já deveriam ter colocado muito antes, pois são nítidos os benefícios e retorno que trazem desde aumento de receita até organização e otimização de tempo tanto do hóspede quanto da equipe do hotel.

HN: A tecnologia é uma grande aliada na retomada das operações. Com as novas demandas, a empresa está com alguma novidade para o setor?

MQ: Inovação é um dos quatro valores da VEGA e está totalmente impregnado no nosso DNA. Todo ano lançamos pelo menos dois produtos e melhorias em todos os existentes. Nessa retomada aceleramos os lançamentos da funcionalidade de assinatura eletrônica com respaldo jurídico e reconhecimento facial na nossa solução de pré-check-in e também no check-in completo. Isso traz uma experiência incrível para o hotel e para o hóspede, e fica como base para outras interações bem mais segmentadas entre eles, como por exemplo pagamento por reconhecimento facial ou personalização da hospedagem através desses gatilhos e dados de qualidade. Além disso, temos também as soluções de controle de acesso saindo do forno, com abertura de portas pelo próprio app do hotel, o mesmo onde o hóspede faz outras coisas como pedido de room service, chat com a equipe, check-out, pagamento, tudo na palma da mão. É algo que dá total engajamento e convergência das nossas soluções e muito valor ao hoteleiro e principalmente ao hóspede. Outro produto muito buscado é o Vega TV, TV interativa com canais, room service, check-out, extrato de conta, etc, e que na maioria dos casos ainda reduz custos em relação ao que o hoteleiro paga atualmente para ter apenas TV a cabo.

HN: Com a sua experiência no segmento, quais os próximos passos para a tecnologia de hospitalidade? Quais portas a pandemia abriu?

MQ: Como mencionei acima, acho que a pandemia não trará nada de “novo” para a hotelaria em termos tecnológicos, mas acelerará muito as tendências que já vinham acontecendo de forma lenta. Acredito que a pandemia digitalizou mais as pessoas de todas as faixas etárias e isso pressionou todos os mercados a se adequarem. O isolamento e o distanciamento só catalisaram ainda mais tudo isso. Os hoteleiros precisam ver cada vez mais a tecnologia como aliada e como investimento, não como custo. Nossas soluções vêm carregadas de estudos sobre a operação e sempre são pensadas para trazer benefícios diretos e indiretos em todas as áreas que cada uma propõe. Entendemos muito o momento, por isso também estamos super flexíveis comercialmente para conseguir ajudar o hoteleiro e encaixarmos tudo no fluxo dele de uma forma que fique leve e as ferramentas se paguem com seu próprio retorno.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/VEGA I.T.