Com mais de 20 anos de atuação no mercado de turismo, Rodrigo Miluzzi mostrou que não tem medo de desafios. Gerente geral do Quality Resort & Convention Center Itupeva desde 2017, o profissional se prepara para estar à frente do empreendimento, que segue fechado, para um 2021 de retomada e muitas novidades na estrutura do hotel.

Em entrevista exclusiva ao Hotelier News, Miluzzi conta que a decisão de manter a unidade com as operações suspensas foi em prol de um bem maior. “Quando digo que está sendo desafiador, me refiro especialmente à estratégia que adotamos juntos, Atlantica Hotels e investidores, para traçar uma nova história para este empreendimento. Entre os meses de maio e junho, tomamos a decisão de manter o empreendimento fechado até o final de 2020 e tirar do papel um antigo projeto de expansão”, revela.

Para enfrentar as situações adversas que o setor hoteleiro vêm encontrando, o gerente tem o amparo de 14 anos de experiência na área de Vendas e Marketing. Em sua carreira, trabalhou em propriedades da BHG (Brazil Hospitality Group) e Atlantica Hotels. Apesar da expertise comercial, foi no Quality Itupeva que o profissional se encantou por eventos.

“Trabalhei em diferentes mercados, com diferentes perfis de clientes, hotéis e equipes. Porém, foi em 2010, já no Quality Itupeva que me apaixonei pelos segmentos Mice e lazer”, relembra.

Pela segunda vez como colaborador da unidade paulista, Rodrigo Miluzzi teve a oportunidade de ingressar em uma nova jornada: a operação. “Sempre fui muito curioso em minha carreira. Como conhecimento nunca é demais, sempre interagi ao máximo com meus colegas para aprender e ajudar em outras disciplinas. Talvez seja isso que me fez buscar essa posição”, analisa.

Formado em Turismo e entusiasta da boa gastronomia, o paulistano é também apaixonado por motociclismo. “Digo que tenho o privilégio de trabalhar a 70 quilômetros de distância de casa. Pratico meu maior hobbie quase que diariamente”.

Confira a seguir a entrevista completa.

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Gerente geral tem mais de 20 anos de experiência no turismo

Três perguntas para: Rodrigo Miluzzi

Hotelier News: Uma das principais demandas do Quality Itupeva são os eventos por seu perfil convention. Com o mercado praticamente paralisado, quais ações o hotel vem tomando para tapar os buracos deixados sem esse público?

Rodrigo Miluzzi: Dizer que este é um ano desafiador é chover no molhado. Praticamente toda a hotelaria baixou as portas em 20 de março, com uma expectativa otimista, de que em breve aqueles eventos adiados seriam reagendados em curto prazo e nossa vida voltaria à loucura de sempre. Infelizmente não foi o que aconteceu. No Quality Itupeva, 70% do nosso volume vinha de eventos corporativos, dos mais diversos formatos. Como temos uma área de eventos de grande proporção quanto aos apartamentos, este sempre foi o maior foco durante todo o ano. O lazer sempre foi um mercado expressivo e importante para nós, mas em datas e períodos muito concentrados. Quando digo que está sendo desafiador, me refiro especialmente à estratégia que adotamos juntos, Atlantica Hotels e investidores, para traçar uma nova história para este empreendimento. Entre os meses de maio e junho, tomamos a decisão de manter o empreendimento fechado até o final de 2020 e tirar do papel um antigo projeto de expansão. Decidimos que era hora de fazer os investimentos que o hotel e a região merecem. Hoje estamos com as obras a pleno vapor, com praticamente 100 pessoas trabalhando aqui. Teremos quase o dobro de área, com foco na ampliação de áreas de lazer e A&B.

HN: Como você definiria 2020? Quais foram os principais desafios que a unidade enfrentou nesse período?

RM: Este ano, estamos todos fazendo um MBA intensivo. Os desafios vão do âmbito do nosso negócio até nossas relações interpessoais. Nosso maior desafio foi pensar um projeto, tirar do campo das ideias, transferir para o papel, readequar, e executar uma grande obra, adaptando e pensando às necessidades atuais, que podem permanecer para o futuro – pós Covid. Quando pensamos em todos os protocolos que todo o setor implementou, percebemos que a arquitetura dos espaços nem sempre era pensada para ser mutável conforme as necessidades que estamos vivendo. Desafiador é, mas estamos aproveitando para corrigir muitos detalhes que podem nos favorecer no futuro, independente das práticas que vão permanecer. A oportunidade de melhorar o produto hoteleiro, repensar formas de trabalho, processos e pessoas é o grande desafio e aprendizado para este ano.

HN: Quais são as expectativas para 2021? O Quality já vislumbra o retorno para os índices pré-pandemia?

RM: Estamos bastante otimistas para a retomada. A previsão de reabertura é para março, onde já teremos algumas novidades em funcionamento. A área de lazer ficará para final do segundo trimestre. Do ponto de vista comercial, temos um bom período para trabalhar as vendas futuras. O mercado de lazer está pulsando. O setor de eventos ainda é uma grande dúvida, mas já vemos ações e novidades que permitirão a retomada com toda a segurança. Particularmente, acredito que o mercado Mice ganhará maior corpo para o segundo semestre. As novidades de tecnologia vão nos ajudar muito a não perder negócio. Basta termos um bom produto, flexível para atender a todos com segurança e qualidade. A alegria e energia de todo o time é que fará a diferença neste próximo ano, que promete ser bastante desafiador!

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal