O setor de viagens corporativas encerrou o primeiro semestre de 2025 com faturamento recorde. De acordo com o LVC (Levantamento de Viagens Corporativas), realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) em parceria com a Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas), o mercado movimentou R$ 12,6 bilhões em junho — alta de 4,7% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o volume chegou a R$ 71 bilhões, avanço de 7,4% frente ao mesmo período do ano passado.
O resultado representa um novo marco para o setor. Apesar do desempenho positivo, junho registrou a menor variação de crescimento desde maio de 2024. Para Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev, essa desaceleração já era esperada. “Uma possível desaceleração no ritmo de crescimento seria natural por dois motivos. Primeiro, porque a economia brasileira já apresenta sinais de arrefecimento, evidenciados nos dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil) e nos setores de comércio e indústria, fatores que, em algum grau, impactam a dinâmica de negócios e, consequentemente, as viagens corporativas”, afirma.
“O segundo motivo é a base de comparação: diante de um desempenho econômico mais frágil, torna-se mais difícil manter índices tão elevados de expansão”, completa. No primeiro semestre de 2024, o crescimento havia sido de 4,1%, acelerando para 7% no segundo semestre. Com a base mais elevada e o ritmo econômico mais moderado em 2025, manter índices robustos se torna um desafio adicional.
Outros dados
Indicadores do turismo também refletem nas viagens corporativas. Segundo o FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), a taxa de ocupação hoteleira em junho cresceu apenas 0,5%, com três regiões registrando queda frente ao mesmo período de 2024.
Outro ponto de atenção é o “tarifaço americano”, que pode pressionar ainda mais a economia brasileira e influenciar decisões de médio e longo prazo. Ainda assim, no setor de eventos, feiras e congressos, a maior parte da agenda do segundo semestre já está confirmada, o que deve garantir fluxo constante de viagens.
“Apesar dos desafios do cenário econômico, observamos que algumas variáveis atuam de forma positiva para o segmento. A queda do câmbio, por exemplo, ajudou a reduzir o preço médio das passagens aéreas, que representam um dos principais custos das empresas. Isso contribui para manter o ritmo das viagens corporativas em alta”, conclui Luana.
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