A Booking Holdings espera gerar uma economia anual de até US$ 450 milhões como resultado de mudanças organizacionais anunciadas no início de novembro, aponta o Phocuswire. Cerca de um terço dessa redução virá de cortes de empregos, que a empresa já havia indicado anteriormente que ocorreriam no Booking.com. O restante será obtido com a modernização de processos e sistemas, além da diminuição de imóveis, conforme informou a companhia em um documento regulatório divulgado ontem (10).
“Nosso objetivo é fazer com que nossa receita cresça mais rapidamente do que nossos custos fixos nos próximos anos, algo que não conseguimos alcançar recentemente”, afirma Ewout Steenbergen, diretor financeiro da Booking Holdings. O executivo reforça que a empresa está buscando uma “transformação” porque, ao adicionar novas iniciativas, “a complexidade organizacional aumentou”.
“Recebemos feedback de nossas equipes dizendo que o processo de tomada de decisão ficou mais lento, a responsabilidade um pouco mais difusa, e o motivo disso é que adicionamos muitas novas iniciativas nos últimos anos, desde voos até pagamentos e diversas outras atividades”, explica.
Estratégias
Outra prioridade, segundo Steenbergen, é reinvestir em iniciativas de crescimento. Ele ressalta que a Booking.com ainda possui “muitas oportunidades de expansão para explorar e crescer mais rapidamente que o mercado”, incluindo áreas como voos, atrações, transporte, fintech e o mercado asiático.
Embora alguns dos benefícios dessa economia de custos devam ser percebidos na segunda metade de 2025, o executivo endossa que a maior parte só será concretizada após esse período. No terceiro trimestre, a empresa comercializou 13 milhões de bilhetes, representando crescimento de 39%.
“Precisamos integrar todas as peças na plataforma, viabilizar os pagamentos necessários e aplicar ferramentas de IA (Inteligência Artificial) generativa para potencializar a experiência. Não estamos analisando essas iniciativas de forma isolada”, destaca Steenbergen.
A capacidade da empresa de oferecer produtos adicionais a clientes que chegam à plataforma para uma única necessidade tem apresentado bons resultados, segundo o executivo. Apesar de os complementos geralmente serem de baixa margem, a empresa arca com apenas um custo de aquisição por cliente.
“Temos os dados e o histórico de cada viajante. Sabemos o que você procura, o que fez no passado e o que não gosta. Podemos montar todo o seu itinerário, torná-lo imediatamente reservável e verificar a disponibilidade em tempo real”, analisa.
Por fim, ele menciona como as buscas podem evoluir no futuro, “talvez por meio do Google ou de outra plataforma”, e reforça que a Booking.com está dialogando com diversas ferramentas de IA para explorar formas de colaboração.
(*) Crédito da foto: Divulgação/Booking.com