O fundo do poço parece estar cada vez mais longe para o turismo. Em setembro, o faturamento do setor cresceu 28% em comparação com agosto, totalizando R$ 12,8 bilhões. Embora ainda distantes do patamar pré-crise, os números reforçam a tendência de recuperação da indústria de viagens, mesmo que gradualmente. Os dados integram o Índice Cielo de Vendas do Turismo, feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), em parceria com a Cielo.

O fundo do poço foi atingido em abril, quando a receita do turismo bateu em R$ 4,1 bilhões. Mais do que o montante mais baixo em toda série histórica do índice, o montante representou queda de 66,4% frente a março. “A partir de maio, o faturamento do setor passou por um processo de recuperação mês a mês, devido a inúmeros fatores, como o maior número de pessoas nas ruas, o aumento da confiança dos consumidores, além das estratégias digitais adotadas pelas empresas”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Como citado, apesar da reação vista em setembro, a caminhada ainda é longa. A receita no mês ainda está distante da obtida em janeiro (R$ 20,4 bilhões), por exemplo, bem na alta temporada. Frente a igual período de 2019, a diferença ainda é considerável (R$ 19,9 bilhões).

CNC: destaques de setembro

Entre os quatro principais grupos turísticos analisados, o de Hospedagem e Alimentação registrou o maior volume de vendas em setembro (R$ 8,533 bilhões). O montante representa 66,7% do faturamento do total da indústria de turismo no período. De acordo com Antonio Everton, economista da CNC, o resultado foi puxado pelas atividades de Restaurantes e Similares (R$ 6,637 bilhões) e Hotéis e Similares (R$ 1,516 bilhão). “Isoladamente, o segmento de refeições fora de casa tem sido o maior entre as atividades turísticas pesquisadas”, indica.

Ainda assim, Alexandre Sampaio chama a atenção para o fato de que as empresas estão operando com um volume de vendas muito aquém das possibilidades de produção. “Os danos causados aos negócios pela pandemia colocam o setor como o mais afetado e, ao que tudo indica, o que levará mais tempo para se recuperar”, avalia o diretor da CNC e responsável pelo Cetur (Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade) da entidade.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News