De Olinda, Pernambuco*

FHAN 2019 - Daniel SaldanhaSaldanha: novo negócio a partir de recursos já existentes

Para fechar a programação do FHAN (Fórum de Hospedagem e Alimentação do Nordeste), Daniel Saldanha assumiu o palco logo após a palestra de Marcelo Marinho. Sócio do Digital Restaurants, o profissional abordou o conceito de cloud kitchen e mostrou como expandir a produtividade do departamento de A&B (Alimentos & Bebidas) por meio do delivery. O FHAN foi uma das atrações da HFN (Hotel & Food Nordeste), encerrada há pouco em Olinda (PE).

Trazendo sua experiência de viagens à China, Saldanha teve ciência da cloud kitchen quando conheceu o país asiático. “Empresas que usam o conceito não possuem placa, fachada e nem nomenclatura visível”, comentou. A partir de aplicativos de entrega expressa para viabilizar pedidos, o empreendedor lançou a ideia de lançar o modelo no Brasil logo após sua volta, inicialmente com restaurante japonês. 

Entre as dicas para os hoteleiros, Saldanha destacou o mérito de criar um novo negócio a partir de recursos que qualquer cozinha já tem. “O primeiro passo é saber qual a especialidade da sua cozinha para investir na venda dos seus produtos”, recomenda. Sobre os custos iniciais para instalação da cloud kitchen, Saldanha comentou: “Quem já tem cozinha funcionando não precisa de investimento adicional.” 

Já em relação à parte operacional, o especialista revela os números da sua empresa “Pagamos o aluguel de R$ 5 mil em São Paulo e, no nosso espaço de cozinha, funcionam 22 restaurantes diferentes, com apenas 36 funcionários. Fazendo um cálculo pelo número de pontos de venda, dá 1,3 colaborador por cada estabelecimentos”, explica. 

FHAN: como montar o menu

De acordo com Saldanha, mesmo com um cardápio enxuto, o menu pode ser trabalhado de forma eficiente. “Criar bons nomes comerciais é uma boa dica. É fundamental não deixar dúvidas para o cliente de qual o seu produto”, acrescenta. “Além disso, se não houver muita demanda, é possível trocar de especialidade facilmente”, completa.

Em nove meses de existência, o estabelecimento comandado por Saldanha já serviu 150 mil clientes, com 5 milhões de sushi entregues. Segundo ele, um fator ajuda a impulsionar os negócios. “A mudança de comportamento do consumidor, que não possui tempo para cozinhar, ajuda muito na expansão do modelo de  negócio”, avalia. “A tendência de crescimento do interesse do público por gastronomia pode fazer do A&B do hotel uma receita primária brigando com a hospedagem. Usem a ociosidade da hora do almoço a favor”, finaliza.

(*) A reportagem do Hotelier News viaja a Olinda a convite da HFN

(**) Matéria de Marília Gilka, em colaboração ao Hotelier News

(**) Crédito da foto: Peter Kutuchian