desemprego- resultadoSegundo Ministério da Economia, país registrou criação líquida de 12.601 vagas em abril

Embora o número de pessoas subutilizadas e desalentados tenha atingido número recorde no primeiro trimestre até abril, o segundo trimestre começou com queda na taxa de desemprego no Brasil, chegando aos 12,5%, apesar da debilidade econômica que assola o país.

Nos meses anteriores, o número era de 12,7%, na primeira queda seguida após três meses de alta e ante índice de 12,9% no mesmo período em 2018. Os dados foram divulgados na quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e ficou em linha com a expectativa estipulada na pesquisa realizada pelos economistas da Reuters.

“O mercado de trabalho deu uma resposta. Você tem um mercado que aumenta o número de vagas e estanca o aumento de desempregados. Mas, por outro lado, você tem recordes negativos”, afirma Cimar Azevedo, coordenador do estudo. 

O período foi marcado pelo aumento da ocupação, com o total de pessoas ocupadas subindo a 92,3 milhões entre fevereiro e abril, de 91,8 milhões no trimestre até março e 90,4 milhões no mesmo período em 2018. 

O número de desempregados chegou a 13,177 milhões, de 13,387 milhões no primeiro trimestre e 13,361 no ano passado. Entretanto, o contingente de pessoas subutilizadas foi ao nível recorde da série histórica iniciada em 2012 – com 28,372 milhões. Esse número inclui desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais horas, as que gostariam de trabalhar, mas têm algum impedimento e desalentados.

Desemprego: desalentados e subutilizados

Os subutilizados por insuficiência de horas atingiram a marca recorde de 6,966 milhões. Já os desalentados, ou pessoas que desistiram de procurar emprego seguem também em níveis recorde – chegando a 4,875 milhões até abril de 4,843 nos três primeiros meses do ano. 

“Se você fizer o foco na subutilização temos que dizer que a situação do mercado é negativa, com subutilização e desalento. Por outro lado, em abril houve um movimento de resposta do mercado”, completa o coordenador da pesquisa do IBGE.

Os números são consequência de uma economia debilitada, que no primeiro trimestre caiu 0,2% sobre os três meses anteriores – na primeira queda trimestral desde o fim de 2016. Até abril, 33,136 milhões de pessoas tinham empregos com carteira assinada no setor privado, alta de 1,5% frente ao mesmo período de 2018. 

Entretanto, o número de pessoas sem carteira assinada no setor subiu 3,4%, para 11,217 milhões. O rendimento médio do trabalhador chegou a R$ 2,295 nos meses até abril, de R$ 2,304 no primeiro trimestre e R$ 2,281 no mesmo período no ano passado. 

Segundo o Ministério da Economia, o Brasil registrou criação líquida de 129.601 vagas formais em abril, melhor resultado para o mês desde 2013. 

(*) Crédito da foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil