Para fechar o Expo Forum, aberto hoje (4) cedo, a programação focou nas perspectivas para a hotelaria nacional. Orlando de Souza, presidente executivo do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), participou por meio de um vídeo gravado. Toda explanação, com apresentação de um amplo estudo, ficou a cargo de Pedro Cypriano, managing partner da HotelInvest.

Cypriano começou sua fala apresentando uma análise do macroambiente global. Entre outros dados, ele mostrou que, na China, o patamar de ocupação já se aproxima do período pré-pandemia. “Isso tem ligação com o nível de confiança relacionado a viagens e, hoje, o indicador está se aproximando dos níveis pré-Covid”, comentou.

Já em relação ao Brasil, Cypriano faz uma relação entre essa confiança às taxas de óbito e de contágio da doença. “O platô continua com números expressivos, principalmente no total de contagiosa, mas há um viés de queda. E essa redução vem sendo gradualmente acompanhada por aumento no volume de buscas por viagens”, revela.

Ainda assim, os números relacionados ao mercado corporativo continuam trazendo preocupação. Pesquisa da Alagev, por exemplo, apontam que haveria crescimento no volume de vendas no segmento a partir do primeiro trimestre de 2021. “Mantida a curva de queda nos casos de óbito e contágio por Covid-19, o mercado corporativo tende a dar fôlego à retomada do mercado corporativo”, completa.

Expo Forum: indicadores

Na hotelaria urbana, estados que performaram acima da média nacional estão fora do eixo econômico tradicional, casos de Pará e Amazonas. “O Rio de Janeiro também está com bom desempenho atrelado à indústria de petróleo e gás. Já São Paulo está na lanterna em função da retomada muito lenta do segmento de eventos, com ocupação média de 16% na capital”, destaca Cypriano.

já os preços estão em trajetória de queda no país, o que era esperado. “O que chama atenção é o interior com preços mais altos do que na capital, bem como grandes centros com recuos mais expressivos no valor da tarifa. E essa queda ganhou corpo a partir de setembro”, informou Cypriano.

Olhando para 2021, as estimativas da HotelInvest apontam que, com o controle melhor da doença e retomada dentro do esperado da economia, espera-se uma ocupação próxima a 50%. Já a diária média cairia por volta de 13% frente ao ano anterior. “E isso em um cenário moderado”, acrescenta Cypriano. “Então, olhando para tudo isso, a expectativa é que a curva de recuperação seja mais longa. E difícil acreditar que isso mude, mas o alento é que o desempenho vem melhorando mês a mês”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News