iataExpectativa é que voos domésticos voltem a operar no 3º tri

Após analisar o cenário da perspectiva dos trabalhadores em companhias aéreas, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) divulgou uma pesquisa relacionada aos passageiros em 2020. A previsão é que a crise da Covid-19 causará redução de US$ 314 bilhões das receitas de passageiros das companhias aéreas neste ano, um declínio de 55% em relação a 2019.

A primeira estimativa apontou perda de US$ 252 bilhões em receitas em um cenário de restrições rigorosas de viagens com duração de três meses. Mas devido ao  estreitamento dessas novas restrições domésticas, novas restrições às viagens internacionais além dos três meses iniciais e o impacto severo em todo o mundo, os números sofreram alterações.

Dentre os aspectos que caracterizam essa queda, a associação apontou dois principais. Desenvolvimentos econômicos gerais aparece em como fator decisivo, devido ao choque econômico da crise da Covid-19. A estimativa é que, no segundo trimestre, haverá uma diminuição do PIB em 6% e a demanda de passageiros deve acompanhar essa queda. E para o terceiro trimestre, a redução será ainda maior, de 8% na demanda de passageiros.

O segundo fator decisivo são as restrições de viagens. A associação prevê que o impacto mais grave dessas ações deve ocorrer no segundo trimestre. Neste mês de abril o número de voos em todo o mundo caiu 80% em relação a 2019, devido às medidas restritivas para evitar a propagação do coronavírus. 

A expectativa é que para o terceiro trimestre, os voos domésticos iniciem o processo de voltar às operações, entretanto no setor internacional, as restrições devem ser mantidas por mais tempo. 

Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata, acredita que as "perspectivas do setor ficam mais sombrias a cada dia. A escala da crise torna improvável uma recuperação do tipo "V". Na prática teremos uma recuperação do tipo "U", com a retomada mais rápida das viagens domésticas e, posteriormente, do mercado internacional".

Os número também desapontam: "Estimamos queda acima de 50% na receita de passageiros, o equivalente a US$ 314 bilhões. Vários governos adotaram ou expandiram suas medidas de ajuda financeira, mas a situação permanece crítica. As companhias aéreas podem acabar com US$ 61 bilhões de suas reservas de caixa só no segundo trimestre. Isso coloca em risco 25 milhões de empregos que dependem da aviação. E sem essa ajuda urgente, muitas companhias aéreas não sobreviverão para liderar a recuperação econômica".

Iata: propostas

Para superar a fase crítica a associação recomenda o desenvolvimento de um suporte financeiro direto a transportadoras de passageiros e cargas para compensar a queda nas receitas e liquidez atribuível às restrições de viagens impostas devido à Covid-19. Empréstimos, garantias de empréstimos e apoio ao mercado de títulos corporativos de governos ou bancos centrais.

Além de isenção de impostos, com descontos nos impostos sobre os salários pagos até o momento em 2020 e/ou prorrogação das condições de pagamento para o restante de 2020, além de renúncia temporária aos impostos sobre passagens e outras taxas impostas pelos governos.

(*) Crédito da foto: iira116/Pixabay