terça-feira, 22/julho
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Engajar para vender: o marketing de conteúdo na hotelaria

Especialistas dão dicas de como definir e aplicar estratégias de marketing de conteúdo em hotéis, além do por quê apostar nisso.

A hotelaria já não é, há muitos anos, somente um bom chuveiro ou uma cama confortável para dormir. Por trás de tantos serviços e regalias concedidas aos hóspedes, ações comerciais e planejamentos a curto, médio e longo prazos são traçados. No final, o objetivo disso tudo é gerar o máximo de experiência e colher bons resultados, financeiros e de satisfação do cliente. Um das maneiras de melhorar essa entrega é construir um  marketing de conteúdo estratégico.

A boa narrativa ajuda a vender e pode ser o diferencial na hora do viajante optar por um hotel ou outro. Neste caso, entender a história do empreendimento e utilizar isso para vendê-lo têm sido uma prática adotada nos últimos anos. Uma das marcas da indústria que mais se aproveita disso é a ICH Administração de Hotéis.

“Nossa estratégia de conteúdo se pauta em inspirar, engajar e informar, mas mantendo o mesmo tom e posicionamento das marcas que operamos (Yoo2, Intercity Hotels, Tru by Hilton e Cityhome). O objetivo é sempre gerar desejo pela experiência da viagem e, ao mesmo tempo, fornecer informações úteis que tornem o processo de escolha e estadia mais fluido e satisfatório”, explica Paula Waskow, gerente de Marketing Corporativo na ICH Administração de Hotéis.

Paula Waskow - ICH - marketing de conteúdo na hotelaria (1)
Paula destaca os pilares de um bom conteúdo

De acordo com a executiva, para trabalhar dessa forma, a ICH conta com uma série de informações sobre viajantes. Com isso, a empresa analisa tendências de busca, observa situações de sazonalidades e, principalmente, ouve hóspedes na hora de criar conteúdo. Isso ajuda, em sua visão, em termos de relevância e personalização de qualquer campanha.

Segundo Danilo Carvalho, sócio fundador da Reprotel e especialista em Marketing Hoteleiro, capturar a atenção do hóspede deve ser o norte dos hotéis em ações de marketing de conteúdo. Isso, por sua vez, acontecerá com mais facilidade se a informação for transmitida em partes divididas: é o conceito de topo, meio e fundo de funil.

Em complemento aos dois executivos, Demetrius Brasil, COO da Capital Talks e especialista em Marketing, cita que considerar o público-alvo, mapear tendências do setor e mirar na geração de negócios é um bom jeito de começar.

Na prática

Para Paula, as estratégias de conteúdo na hotelaria precisam estar alinhadas com a jornada do hóspede, desde o planejamento da viagem até o pós-hospedagem. Isso significa utilizar diferentes formatos e canais de comunicação, como Reels, Stories, e-mail marketing, parcerias com criadores de conteúdo e landing pages para atingir o público em diferentes momentos e com mensagens personalizadas.

Já na visão de Carvalho, a aplicação do marketing de conteúdo no setor hoteleiro precisa levar em consideração o perfil do público e dos objetivos do hotel. Ele enfatiza ainda a importância da hotelaria tradicional priorizar reservas diretas e o blog como ativos duradouros, utilizando as redes sociais para engajamento e os anúncios pagos para amplificar o alcance das mensagens.

Danilo Carvalho - Marketing de Conteúdo na hotelaria (1) (1)
Carvalho salienta a combinação de conteúdos

“Uma estratégia bem definida precisa equilibrar conteúdos institucionais (fotos e vídeos profissionais) com conteúdos humanizados que geram conexão e confiança no hóspede”, comenta.

Segundo Brasil, implementar o marketing de conteúdo depende do perfil dos hóspedes e das características do hotel. Ele sugere a criação de guias de atrações locais e a manutenção de uma presença digital massiva em diversas redes sociais como formas eficazes de engajar o público e promover o empreendimento.

O que esperar

Paula afirma que os resultados esperados das ações de conteúdo incluem o aumento do tráfego do site, o engajamento nas redes sociais, a taxa de conversão de venda direta online e o ROI das campanhas. No entanto, ela reconhece que a percepção de marca e o branding são fatores mais subjetivos e difíceis de mensurar com precisão.

Demetrius Brasil, COO da Capital Talks e especialista em Marketing - marketing de conteúdo na hotelaria (1) (1)
Brasil pontua a necessidade de acompanhar tendências

Segundo o sócio fundador da Reprotel, uma das formas de mensurar resultados é pelo tráfego orgânico gerado pelo blog, por exemplo, além do ROI dos anúncios pagos e a geração de leads. Por outro lado, fatores como branding e o engajamento orgânico são mais difíceis de quantificar. Ele ressalta que a tática para interpretar os números de forma correta é combinar SEO, social media e anúncios, garantindo que cada canal contribua para a jornada do hóspede.

Por fim, Brasil afirma que os resultados incluem o aumento de reservas e a fidelização de clientes. Segundo ele, os benefícios podem ser mensurados por meio de métricas como tráfego do site e feedback dos hóspedes. Por outro lado, a construção de marca e a lealdade são mais difíceis de quantificar.

(*) Crédito da capa: Freepik

(*) Crédito das fotos: Arquivo pessoal