O setor de serviços no Brasil registrou queda de 0,2% em janeiro na comparação com dezembro, marcando o terceiro mês seguido sem avanço, segundo a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em dezembro, o segmento havia ficado estável, após revisão do dado preliminar, que apontava recuo de 0,5%. Neste cenário, o turismo foi um dos setores que contribuíram para a retração dos serviços no primeiro mês de 2025.
O desempenho ficou dentro das projeções do mercado financeiro, mas ainda assim frustrou economistas, que destacam a necessidade de acompanhar os próximos meses para avaliar o ritmo da desaceleração, aponta o Valor Econômico. Na comparação com janeiro de 2024, o volume de serviços prestados avançou 1,6%, superando a projeção mediana do mercado, que indicava 1,2%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor de serviços cresceu 2,9%, abaixo dos 3,2% registrados até dezembro de 2024.
O IBGE também informou que a receita nominal do setor apresentou alta de 2,4% entre dezembro e janeiro. Na comparação anual, a receita subiu 6,9%.
Atividades turísticas caem em janeiro
Após atingir recorde em dezembro do ano passado, contribuindo para a alta no acumulado do ano, as atividades turísticas tiveram queda significativa em janeiro, também segundo o IBGE. No período, a retração foi de 6,4% frente o mês anterior. É a queda mais intensa desde março de 2021.
“Este é o recuo mais significativo desde março de 2021, mês que coincide com a segunda onda de covid-19, quando alguns estabelecimentos considerados não essenciais fecharam. Isso trouxe reflexo negativo e o indicador caiu 24,4% naquele momento”, afirma Rodrigo Lobo, gerente do IBGE responsável pelo indicador, ao Valor Econômico.
Ele acrescenta que a queda acontece após o volume de serviços prestados em turismo ter o ponto mais alto de sua série histórica, iniciada em 2011. “De qualquer forma, a atividade turística ainda opera 7,2% acima do nível pré-pandemia e 6,4% abaixo desse ponto mais alto da série registrado em dezembro”, diz.
Na análise regional, 12 dos 17 locais pesquisados acompanharam a queda observada em janeiro na média brasileira, ante dezembro. A influência negativa mais relevante ficou com São Paulo (-8,3%), seguida por Rio de Janeiro (-5,4%), Minas Gerais (-4,2%) e Paraná (-5,5%). Por outro lado, Bahia (1,5%), Santa Catarina (1,7%) e Ceará (1,4%) lideraram os ganhos do turismo.
Na comparação com janeiro de 2024, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu pelo oitavo mês seguido, com alta de 3,5%, verificada também em 12 das 17 unidades da federação acompanhadas pelo IBGE nesse indicador. Nesse caso, o resultado foi puxado principalmente pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo de passageiros, restaurantes, e serviços de reservas relacionados a hospedagens.
(*) Crédito da foto: Pixabay