Hotel Vivenzo SavassiCheck-in e check-out são feitos sem contato físico com equipe de recepção

Com a explosão do coronavírus no Brasil, muitos hotéis vêm transformando suas operações para atender às demandas da crise. Inaugurado há apenas 11 meses, o Hotel Vivenzo Savassi (MG) se antecipou e, com um esquema de operações inovador, o empreendimento da Macna Digital Hotels manteve suas portas abertas com um protocolo rigoroso de higienização, entre outras medidas para combater o coronavírus.

A startup hoteleira desenvolveu normas que são seguidas à risca. Denominado Vivenzo Power Clean, o hotel iniciou suas atividades em setembro com o protocolo implementado e, com a pandemia, algumas adaptações foram feitas, como o isolamento da equipe de colaboradores.“Desenvolvemos um protocolo inédito para garantir a segurança biológica dos nossos colaboradores e hóspedes. Redesenhamos os procedimentos internos, o check-in e check-out são realizados sem contato humano, virtualmente, os ambientes são lacrados e o hóspede acessa apenas o apartamento. Os serviços de A&B (Alimentos & Bebidas) são entregues na porta do quarto após rigoroso processo de manipulação, cujos suprimentos passam por um processo especial de desinfecção e higienização para entrar no hotel. Assim que o quarto é desocupado, ele fica em quarentena de desinfecção por 72h”, descreve Frederico Amaral, fundador e CEO da Macna Digital Hotels.

Segundo o executivo, a rede nasceu com a proposta trazer modelos operacionais disruptivos ao mercado, indo na contramão da hotelaria tradicional. A unidade, que foi desenvolvida para mudar conceitos, com formatos que prezam pela segurança biológica de hóspedes e colaboradores. “Nossa experiência nos mostrou que a higienização tradicional utilizada pela hotelaria não é suficiente para desinfecção completa. O Vivenzo Power Clean, foi concebido há um ano e seis meses e, com a pandemia, aperfeiçoamos o método para garantir mais segurança e criamos o PEP (Protocolo para Pandemia). Não encontramos nada no mundo que pudesse servir de base, apenas aprendemos com as situações de crises, guerras e períodos de epidemia, inerentes a qualquer país”, declara o CEO.

Atualmente, o hotel conta com 35% de ocupação e a previsão é de fechar em 60% em abril. Com as portas abertas para quem necessitar de hospedagem, Amaral garante que, a qualquer sinal de contaminação, a pessoa é isolada. “Entendemos que, nesta pandemia, qualquer um de nós pode estar infectado; o hóspede pode contrair o vírus em seu ambiente de trabalho, por exemplo. Por isso, o nosso protocolo foi desenvolvido para lidar com todos os aspectos da Covid-19, com alocação em um andar exclusivo, além da presença de uma enfermeira no dia a dia”.

hotel vivenzo savassiSegurança biológica é uma das prioridades da unidade

Hotel Vivenzo Savassi: pandemia

O modus operandi ganhou mais força no dia 25 de março, mas os procedimentos e treinamentos começaram há mais de 30 dias. No total, o Savassi investiu R$ 150 mil nas adaptações. “Toda a nossa equipe está confinada no hotel, separada dos hóspedes, paramentada com máscaras, luvas e botas, e foi preparada para lidar com situações extremas como essa, de guerras e crises, sendo acompanhada por psicólogos. Foram selecionados apenas os colaboradores que expressaram desejo em aderir ao isolamento e que estão fora do grupo de risco do coronavírus, considerando também seu perfil psicológico”, explica. 

Com 240 quartos, o hotel reduziu a disponibilidade para 120 a fim de se adequar ao PEP (Protocolo Especial para Pandemia), criado pela equipe do Vivenzo, que contou com o suporte de assessorias especializadas em higienização, controle, EPI (equipamento de proteção individual) e jurídica. “Em razão do número restrito de quartos, dividimos a propriedade em cotas designadas a diversos grupos: corporativo, profissionais de saúde, público geral, idosos”, diz o fundador. O CEO adianta que foram reservadas cotas sociais para profissionais, em especial da saúde, que não têm condições de pagar pela hospedagem e são essenciais para a sociedade, principalmente neste momento, e não podem retornar para suas residências.

“A hotelaria existe para as pessoas que não podem ficar em casa por diferentes razões. Em um momento tão sensível como esse, a decisão de ficar aberto não foi fácil, pelo contrário! Porém, se todos os hotéis fecharem, a situação se agravará mais ainda. Optamos por ficar aberto com responsabilidade. Este é o nosso lema”, pondera Amaral.

O valor da diária custa a partir de R$ 300, mas durante a pandemia há pacotes especiais, podendo incluir também alimentação balanceada preparada por nutricionista contratada para o período.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Hotel Vivenzo Savassi