intervalAgostini: objetivo da conferência é ajudar na educação do mercado

Um amplo panorama do mercado de viagens compartilhadas e de multipropriedades norteia os debates da 3ª edição da Conferência Internacional de Investimento em Propriedade Compartilhada, iniciada há pouco, em São Paulo. Promovido pela Interval, o encontro é realizado no Pullman São Paulo Vila Olímpia, levando para o público presente um rico conteúdo sobre os dois segmentos. 

Marcos Agostini, vice-presidente executivo de Vendas Globais e Desenvolvimento de Negócios da Interval, abriu oficialmente o encontro. Ele destacou que a conferência, realizada pela empresa há duas décadas nos Estados Unidos, chega à terceira edição brasileira com objetivo de educar o mercado.

“O segmento teve um boom no Brasil nos últimos anos e continua atrativo. Ainda assim, paradoxalmente ainda é um mercado desconhecido de muita gente. Então, por meio da conferência, queremos gerar conteúdo de qualidade para que o maior número de pessoas entenda melhor seu funcionamento”, explica Agostini. “Queremos auxiliar quem já está no segmento e quem pretende ingressar”, completa.

intervalMartinelli, Tigre e Marcia: venda não é tudo e cancelamentos são problema

Interval: cenário do mercado

Logo na sequência, foi realizado painel O mundo compartilhado, que teve participação de Marcia Petzold, do Plaza Vacation Club, e Lucas Tigre, diretor Comercial do Grupo Hospedar, com mediação de Fernando Martinelli, diretor executivo de Novos Negócios da Interval. No bate-papo, os três falaram sobre desafios de ingressar e atuar nos dois setores, além de apresentarem cases de ações de sucesso.   

Antes, Martinelli fez alguns apontamentos sobre os mercados de viagens compartilhadas e de multipropriedades. Para ele, o segmento está longe de ser só a venda das afiliações. “Pelo contrário, o fator mais importante de manutenção do negócio é a fidelização dos afiliados e a experiência deles em suas viagens, pois é isso que garante o fluxo de caixa”, disse o executivo da Interval, que apontou seis características marcantes das duas indústrias.

Muito lucrativo, mas envolve riscos
– Taxas de ocupação acima das vistas na hotelaria
– Forte sinergia com a hotelaria, que opera dos empreendimentos
– Negócio com forte viés de fidelização
– Modelo de negócio resiliente a momentos de crise, vide o crescimento recente em meio ao cenário instável
– Oportunidade de renovação ou venda dos ativos

Entre os desafios abordados por Marcia e Tigre, os cancelamentos de contratos podem ser considerados um dos principais. “Vejo três motivos para isso ocorrer”, apontou Marcia. “O primeiro é justamente o fato de ser uma venda de emoção, o que cega os clientes. Os demais decorrem do primeiro: se, por um lado, o consumidor não sabe ao certo o que está comprando, por outro faz a compra sem saber se cabe no seu bolso”, completa.  

“A venda mentirosa é uma prática condenável, mas que infelizmente acontece muito no mercado”, acrescentou Tigre. “Por isso, criamos um formato de abordagem aos clientes, de forma que a emoção da compra já cesse ali. Para nós, o pior dos mundos é o impacto negativo que a venda mentirosa (e seu posterior cancelamento) gera. Devolver o cliente é um problema pequeno perto desse”, completa.

(*) Crédito das fotos: Juliana Stern/Hotelier News