As taxas cobradas por fornecedores de PMS (softwares de gestão imobiliária), que tem como foco a integração de soluções externas, estão no centro de um debate crescente no short-term rental. Além de um “imposto silencioso”, especialistas consideram que isso limita a inovação e cria barreiras ao desenvolvimento do segmento. As informações são do Phocuswire.
As plataformas de PMS passaram a monetizar o acesso aos seus sistemas na última década. Desde então, fornecedores de tecnologias complementares, como mecanismos de precificação, fechaduras inteligentes e aplicativos de limpeza, precisam pagar para conectar suas ferramentas via API (interface de programação de aplicações). A cobrança, segundo relatos do mercado, pode chegar a valores de cinco dígitos, além de incluir percentuais sobre transações futuras, independentemente de reservas realizadas.
Com isso, startups e empresas de menor porte são as mais impactadas. Por conta dos recursos reduzidos, muitas acabam fora dos diretórios de parceiros, o que dificulta a expansão e melhores resultados ao setor. Já companhias maiores do short-term rental adiam lançamentos em função do peso financeiro. O resultado, segundo especialistas, é a desaceleração da inovação, com menos opções disponíveis para administradores de imóveis e hóspedes.
Exclusão e caminhos
Entre as críticas elucidadas, representantes do segmento também apontam que marketplaces de parceiros representam apenas empresas com capacidade de arcar com os custos. O modelo é comparado a plataformas de big techs, como a App Store (Apple) e o App Exchange (Salesforce). A diferença, contudo, é que os PMS que atuam no short-term rental contam com bases menores, mas as taxas são proporcionais ou maiores.
Segundo os analistas, o “jogo” pode ser equilibrado se os sistemas adotarem práticas focadas em benefícios diretos aos administradores e anfitriões. Entre elas, descontos, upgrades de funcionalidades e testes estendidos. A avaliação é de que modelos mais abertos fortaleceriam toda a cadeia, acelerando a adoção de novas soluções e gerando valor de longo prazo.
A conclusão é que a manutenção das taxas elevadas compromete a evolução do setor. A eliminação do chamado “imposto silencioso” é vista como condição essencial para que ideias inovadoras, receitas alternativas e outras novidades contribuam para o crescimento sustentável do mercado de short-term rental.
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