Nascido em Corrientes, na Argentina, Armando Ramirez tem uma longa trajetória profissional ligada à indústria de viagens. Atual diretor de Novos Negócios Cone Sul da Wyndham Hotels & Resorts, o executivo mora há nove anos no Brasil – e diz curtir bastante as terras tupiniquins! Casado e pai de um filho, gosta de repetir que o país o recebeu de portas abertas.

Ramirez estudou Administração na Escola Argentina de Negócios e iniciou sua carreira no Banco Velox, na Argentina. A aventura na indústria de viagens começou em 2002, na RCI, empresa responsável por abrir as portas para ele no Brasil. Sua última posição na gigante mundial de timeshare foi como gerente Sênior de Novos Negócios e, na sequência, entrou “de vez” na hotelaria.

Em 2017, assumiu a direção de Vendas e Marketing do Wyndham Club Brasil e, ao final do mesmo ano, juntou-se à Wyndham Hotels & Resorts justamente no cargo que ocupa hoje. Amante do futebol e torcedor fanático do Boca Juniors, tem como hobbies favoritos fazer churrasco para amigos e pescar. Convidado de hoje (12) do Hotelieri News, Ramirez falou sobre os planos de desenvolvimento hoteleiro da Wyndham para os próximos anos. Confira!

Três perguntas para Armando Ramirez

Hotelier News: Em outubro, a Wyndham assumiu a gestão de novos hotéis em São Paulo e aumentou ofertas de long stay em Minas Gerais. O que mais está por vir?

Armando Ramirez: Nos últimos meses, assumimos a gestão de dois hotéis em São Paulo, que é o principal destino de turismo de negócios e eventos do Brasil, atraindo empresários e participantes de todos os setores e do mundo inteiro. O Wyndham São Paulo Berrini e o Wyndham Garden São Paulo Convention Nortel já faziam parte do modelo de negócio de franquia e consideraram que a Wyndham, com sua equipe de administração de hotéis, poderia ser mais eficiente. Nosso plano de expansão continua em constante crescimento, não só no Brasil, mas em outros países da América Latina e Caribe. Inclusive, mesmo em meio à pandemia, assinamos contratos no México, Brasil, Chile e Argentina, tanto para conversão, quanto novas construções, o que nos mostra que, apesar de toda a situação inusitada, o investidor está confiante – e nós da Wyndham também. Entendemos que cada vez mais a força de uma marca será fundamental para se destacar diante as exigências do “novo normal”.

A Wyndham tem no portfólio 20 marcas, desde produtos econômicos a Upper Upscale. Seis delas estão presentes no Brasil: Wyndham, Wyndham Garden, TRYP by Wyndham, Ramada by Wyndham, Ramada Encore by Wyndham e Days Inn by Wyndham. Outras bandeiras já estão registradas no país para complementar nosso plano de expansão. Acredito muito em nosso portfólio, conseguimos sempre adequar o produto a uma de nossas marcas e estamos otimistas. Desde janeiro, já assinamos 13 contratos na América Latina e seis no Caribe. Isto é uma demonstração clara de que as oportunidades existem e que continuaremos crescendo na região.

HN: Quais os para a América do Sul? Houve mudanças em função da pandemia?

AR: Uma das coisas mais interessantes sobre a região é que a “incerteza” não é um fator novo para as empresas que operam aqui. Tudo, do clima à política, quaisquer fatores podem criar mudanças em nosso ambiente de negócios. Certamente, o Covid-19 tem uma escala além do que já vimos acontecer na história recente, mas estamos otimistas sobre nossa capacidade de crescer na região, enquanto trabalhamos para a recuperação e acompanhamos nossos hotéis nestes meses tão difíceis. O Brasil é um dos mais importantes mercados para a Wyndham e, junto com outros países da América Latina e Caribe, temos cerca de 224 hotéis. Dia a dia esse número vem crescendo, inclusive durante a pandemia. Apesar da Wyndham ter seu DNA no segmento de franquias, temos know how e equipe preparada para estar à frente da administração das propriedades. Ter escritórios no Brasil, México e Argentina nos traz proximidades com os hotéis e permite esse trabalho de gestão. Estamos confiantes de que este ano continuaremos a crescer como ocorrido nos anos anteriores, entrando em novos mercados com novas marcas. A Wyndham continua a acreditar que todos têm o direito de viajar e isso inclui hospedagem de qualidade para todos os tipos de viajantes, essa é a nossa missão: “We make hotel travel possible for all people”.

HN: Qual a prospecção para 2021? Houve algum replanejamento decorrente da crise? 

AR: Nosso modelo de prospecção para os próximos anos é muito otimista. Por natureza, já sou muito positivo em minha vida profissional e pessoal, e meu trabalho na Wyndham não poderia ser diferente. Estou como diretor de Novos Negócios há pouco mais de dois anos e, neste pouco tempo, foram mais de 19 contratos que pude executar. Acredito que converter um hotel de marca independente para uma bandeira internacional pode vir a contribuir para a confiança dos hóspedes, o que de certa forma trará mais movimento para as conversões. A Wyndham sempre teve seu core business em franquias e em hotéis sob conversões de marca. Então, esses dados já são fortes dentro da companhia e, com o atual momento, acredito que essa movimentação irá crescer no decorrer dos meses. Ter uma marca com padrões internacionais pode vir a ser um diferencial na escolha dos hóspedes.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News