Natural de Joinville (SC), Bruno Linzmeyer é o atual CEO do Hotel 10. Vivendo um momento de expansão e, ao mesmo tempo, de busca pelo equilíbrio até o fim do ano, o profissional reservou um tempo para conversar com o Hotelier News.

Linzmeyer é formado em Administração pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O executivo possui ainda MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele é ainda um dos sócios fundadores da Rede Hotel 10, que possui 10 unidades em cinco estados brasileiros. A última abertura foi em Balsas (MA).

Três perguntas para: Bruno Linzmeyer

Hotelier News: Durante a pandemia, a rede Hotel 10 apertou os cintos para chegar a um equilíbrio até o fim do ano. Quais os planos para 2021?

Bruno Linzmeyer: Algumas semanas antes da paralisação obrigatória na maioria das cidades em função da pandemia, vínhamos nos preparando com base nas notícias que tínhamos do exterior. Em um primeiro momento, questionávamos se teríamos que conviver com ocupações extremamente baixas ou se realmente teríamos que fechar nossos hotéis por algum tempo. Mesmo sendo uma rede hoteleira muito enxuta operacionalmente, passamos a direcionar nossos esforços primeiramente nas negociações com nossos fornecedores e parceiros. O objetivo era ter um controle ainda melhor dos nossos custos no período difícil que estava por vir. Fechamos somente nos locais e pelo período onde houve a obrigatoriedade por lei, pois em nosso caso manter os hotéis abertos era mais vantajoso do que fechar. Em mais 90% dos casos tivemos êxito em nossas negociações, o que ajudou naquele momento delicado.

Felizmente, da mesma forma que a queda foi brusca, o retorno também tem sido rápido e positivo. Estamos com boas perspectivas para o final do ano, pois algumas de nossas unidades estão localizadas em destinos turísticos ou mesmo na rota para esses locais. A demanda do público executivo também cresceu nas últimas semanas e já temos trabalhado com taxas de ocupação bem interessantes. Para 2021, portanto, estamos muito otimistas. Nossos hotéis estão todos renovados e bem preparados em relação à segurança sanitária para os hóspedes.

HN: Existem novos projetos de aberturas em vista? Como estão as perspectivas a curto e longo prazo?

BL: Recentemente, inauguramos uma unidade em Balsas e estamos iniciando um hotel em Sorriso (MT). Temos mais alguns contratos de novos projetos em desenvolvimento, todos no modelo de greenfield. Nosso projeto arquitetônico e de decoração passou por uma grande transformação e atualização para dar ainda mais conforto aos nossos hóspedes. E nossas unidades abertas não ficarão para trás. Serão todas adequadas ao novo modelo à medida que forem sendo renovadas.

HN: Com a pandemia, como fica o cenário brasileiro? Há algum potencial para franquias no país?

BL: O que temos observado é uma retomada da confiança dos hóspedes em viajar. Alguns aeroportos já bem movimentados, hotéis de lazer com os finais de semana muito demandados e propriedades voltadas para negócios como o Hotel 10 retomando as taxas de ocupação que já remuneram o investidor. Muitos setores já estão extremamente otimistas com o retorno de seus negócios e, com a hotelaria, não será diferente. Neste cenário vejo ainda mais potencial do mercado de franquia hoteleira no pós-pandemia, uma vez que o modelo de franchising oferece padronização operacional e economia de escala. Com a pandemia, nosso modelo low cost se confirmou ainda mais eficaz, uma vez que ainda havia algumas alternativas para redução de custos. No geral, contudo, já vínhamos fazendo bem o dever de casa, o que nos deu confiança e fôlego para passarmos bem por este período. A característica principal da Rede Hotel 10 é a padronização, que facilita a compreensão para o cliente do que vai encontrar. Isso gera confiança de agências e operadoras no momento de direcionar as suas reservas.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hotel 10