quarta-feira, 27/agosto
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Três perguntas para: Luciano Motta

Luciano Motta é CEO do Grupo Mabu desde 2022, atuando diretamente no processo de digitalização e fortalecimento do canal direto da rede.

A vida é feita de ciclos e pode-se dizer que o de Luciano Motta, CEO do Grupo Mabu, fez uma volta completa. Com começo de carreira na própria companhia, o executivo desempenha a função atual desde setembro de 2022, quando passou a cuidar da Mabu Hotéis & Blue Park.

Com o perfil de “formar times vencedores”, o executivo oferece 32 anos de trabalho em Hospitalidade, Hotelaria e Vendas. Dentro do segmento, é especialista no mercado corporativo, passando por unidade em Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros estados importantes no Brasil.

Em seus anos de atuação na hotelaria, Motta acumula experiências em marcas como Trend Operadora, BHG (Brazil Hospitality Group) e no próprio Grupo Mabu, onde retornou em 2017 como diretor de Vendas. É formado em Administração com foco em Hotelaria pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Em sua segunda participação na seção Três perguntas para, ele conta sobre a presença da sua companhia no mercado digital. Assuntos como vendas diretas, fidelização do público e sua percepção desde que se tornou CEO há pouco mais de dois anos também foram levantados.

Três perguntas para: Luciano Motta

Hotelier News: De maneira prática, como será o processo de fortalecer a presença digital do Grupo Mabu? Em resumo, como a experiência de compra e atuação em branding serão melhoradas?

Luciano Motta: O fortalecimento da presença digital do Grupo Mabu será impulsionado por um conjunto de estratégias focadas em tecnologia, experiência do cliente e branding. De maneira prática, a digitalização da experiência de compra acontecerá por meio da integração de plataformas, automação e personalização dos atendimentos, além da expansão dos canais de venda online. A implementação de um ecossistema digital unificado permitirá que os clientes naveguem por uma jornada mais fluida, desde a descoberta dos produtos e serviços até a conversão final.

Além disso, a inteligência artificial terá um papel fundamental nesse processo com a MIA (Mabu Inteligência Artificial), um recurso desenvolvido para aprimorar o relacionamento com os clientes e otimizar a operação comercial. A MIA atuará no atendimento personalizado, respondendo dúvidas em tempo real, recomendando produtos e serviços com base nas preferências do usuário e otimizando a conversão de vendas. A estruturação dos SCM (Serviços Compartilhados Mabu) também desempenhará um papel fundamental para otimizar processos internos e padronizar atendimentos, garantindo uma gestão mais ágil e assertiva.

Com essas iniciativas, o Grupo Mabu não apenas modernizará sua atuação digital, mas também aprimorará sua experiência de compra, fortalecendo sua identidade no mercado e ampliando sua relevância junto ao público.

No geral, os investimentos da rede estão entre R$ 10 milhões a R$ 15 milhões nos últimos anos. A partir de 2025, vamos passar por um retrofit geral no Mabu Termas Grand Resort, produto que tem 26 anos e para o qual projetamos um grande aporte, visando repagina-lo.

HN: A venda direta é uma grande questão e, ao mesmo tempo, uma solução para a hotelaria. Sendo assim, qual trabalho tem sido feito para que a distribuição nesta via seja maior?

LM: O Grupo Mabu tem aprimorado constantemente sua estratégia de venda direta na hotelaria, garantindo uma experiência cada vez mais intuitiva e vantajosa para os hóspedes. Com foco na fidelização e retenção, a empresa não apenas incentiva reservas diretas, mas também eleva a qualidade desse processo, oferecendo benefícios exclusivos e um atendimento personalizado. Em breve, um novo site será lançado, trazendo mais modernidade, praticidade e uma navegação ainda mais fluida, tornando a jornada de compra direta ainda mais atrativa.

Ao mesmo tempo, o Grupo Mabu segue fortalecendo suas parcerias com agentes de viagens, operadoras e OTAs, reconhecendo o papel essencial desses canais na ampliação do alcance e visibilidade da marca. Por meio de campanhas de marketing segmentadas e estratégias comerciais sólidas, a empresa mantém um equilíbrio estratégico entre a venda direta e os demais canais de distribuição, garantindo o melhor para os clientes e parceiros.

HN: Você voltou ao Mabu em 2017 como diretor de Vendas e hoje está na cadeira de CEO. Nestes anos, o que mais mudou dentro do grupo e qual sua percepção da hotelaria brasileira?

LM: Assumi como CEO em setembro de 2022 após meu retorno ao grupo cinco anos antes. A implementação da governança corporativa, desde 2012, trouxe mais estratégia e capacitação, permitindo que as metas fossem não apenas alcançadas, mas superadas. Esse modelo consolidou o Grupo Mabu no setor, garantindo crescimento sustentável e inovação constante. Desde então, o grupo protagonizou iniciativas pioneiras, como a inauguração de um parque aquático de grande porte e a introdução do conceito de economia compartilhada com o My Mabu, antecipando tendências que hoje são amplamente adotadas no mercado.

Com uma visão voltada para o futuro, o Grupo Mabu continuará investindo fortemente em tecnologia e inovação. A empresa aposta na inovação aberta, por meio de parcerias com startups, além da modernização da infraestrutura digital. Entre os principais investimentos estão a reestruturação dos servidores e serviços na nuvem, implementação do Wi-Fi 6 para maior conectividade, atualização das fechaduras para tecnologia RFID no Mabu Thermas Resort e transformação digital de todos os processos do grupo. Além disso, melhorias significativas estão previstas para a experiência do cliente, incluindo novos sites e aplicativos que tornarão a jornada digital ainda mais intuitiva e integrada.

A decisão de diversificar os negócios foi estratégica, com o objetivo de criar um ecossistema interligado, onde um empreendimento fortalece o outro. O Blue Park, inaugurado em 2018, consolidou-se como uma das principais atrações turísticas de Foz do Iguaçu (PR), reverberando no aumento da diária média do Mabu Thermas Grand Resort e na boa atuação do My Mabu.

O parque, que ocupa uma área de 62 mil metros quadradis (m²), sendo 11 mil m² dedicados à praia com ondas e areia, segue em constante expansão, com um plano de lançar uma nova atração a cada dois anos. Desde sua inauguração, já recebeu mais de R$ 110 milhões em investimentos e implementou tecnologias inovadoras, como reconhecimento facial para acesso e um sistema de gestão totalmente digitalizado.

Em 2024, no Mabu Thermas, reinauguramos a praia termal, totalmente revitalizada. Com essas iniciativas, o Grupo Mabu reafirma seu compromisso com a inovação, consolidando sua posição no setor, além de um crescimento sustentável e competitivo.

Se olharmos a hotelaria como um todo, ainda vemos um setor em sua maioria muito tradicional no que se diz respeito a implementar novidades tecnológicas visando a transformação digital de forma efetiva e resultados práticos. Hoje, são poucos os grupos hoteleiros e familiares que investem e colocam tecnologia como pilar estratégico. O segmento costuma ir conforme a onda do mercado sem estratégia a longo prazo.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Grupo Mabu