Toni Sando

Por muitas vezes, o trabalho de um Convention & Visitors Bureau (CVB) é confundido com o de uma Secretaria ou Empresa Pública de Turismo.

É verdade que, pelo mundo, são vistas diversas formas de atuação e financiamento, havendo destinos nos quais a entidade é pública, mista, e que, em  alguns lugares, parte da taxa de turismo é repassada para subsidiar suas atividades.

No caso do Brasil, Convention & Visitors Bureau, Destinations ou “Visite”, marcas fantasias como estão sendo denominadas hoje, são associações privadas, sem fins lucrativos, organizadas e dirigidas pelos empresários locais, relacionados à cadeia produtiva de viagens, eventos e turismo.

Como toda pessoa jurídica de direito privado, as associações são livres e independentes, onde seus fundadores locais definem, entre eles, seu estatuto e regimento interno, além de estabelecer o formato jurídico que for mais conveniente às suas necessidades, como Associação, Fundação, Grêmio, Instituto, etc.

Entretanto, o “DNA” deste tipo de organização no Brasil e no mundo é baseado na Captação de Eventos, na Promoção do Destino, Capacitação e Representação institucional público e privada.

Enquanto as Associações setoriais defendem os interesses relacionados ao seu negócio especifico, os CVBs atuam mercadologicamente para o interesse multi setorial.

Incrementar a economia local, por meio da captação e apoio a eventos nacionais e internacionais, é a receita para aumentar o fluxo de visitantes de um destino.

O principal setor em que os CVBs atuam é o mercado associativo, no qual congressos e eventos são decididos por um comitê em qual local será realizado sua próxima edição.

Um grupo decide a vinda de milhares de pessoas para um destino!

Os profissionais de CVBs que atuam na prospecção de eventos e no relacionamento com seus associados, possuem uma capacidade técnica e conhecimento para apresentar desde a infraestrutura de um destino, como todo seu potencial para exponenciar a experiência do visitante no período do encontro.

Uma vez captado, serão gerados negócios com a hotelaria, aviação, centros de convenções e espaços de eventos, transportadoras, montadoras, organizadores de eventos, guias de turismo, gastronomia, entretenimento, compras, locomoção, serviços  e muito mais.

Os CVBs, no Brasil, são mantidos pela iniciativa privada, com a contribuição do Room Tax dos hotéis associados, mensalidades de associados e patrocínios. 
 
Em alguns casos, conta com parceria da Prefeitura, Governo do Estado, através de suas Secretarias de Turismo, no Governo Federal, com o Ministério de Turismo, EMBRATUR ou de órgãos como Sebrae, Sindicatos e apoio de entidades do trade, como ABIH, FOBH, ABRASEL, ABEOC, ABAV, BRAZTOA, ABRAJET, UBRAFE, entre tantas outras importantes do setor.

Um CVB atuante participa de conselhos público e privados, para debater e cobrar por infraestrutura do destino para receber melhor os visitantes, legislação justa, capacitação dos profissionais e promoção do destino dentro e fora do Brasil.

Ao congregar toda a cadeia produtiva de turismo, eventos e viagens, os CVBs têm, de forma nata, a capacidade de ser protagonistas do destino, realizando um trabalho de representatividade, sendo um dos porta-vozes das principais pautas ao poder legislativo e executivo, sem impactar no trabalho técnico de captação de novos eventos e geração de negócios ao destino e aos associados.

A exemplo disso, soma-se a este esforço a UNEDESTINOS, União Nacional de CVBs e Entidades de Destino, que participa do Conselho Nacional do Turismo, do Ministério do Turismo e do Conselho de Turismo e Hospitalidade da CNC, representando 50 associações nesse modelo de atuação em todo o Brasil, para compartilhar conhecimento, trocar agenda de eventos para prospecção, gerar integração e relacionamento.

Saiba mais sobre a atuação de um CVB e todo o impacto na cadeia produtiva de turismo, eventos e viagens em www.unedestinos.com.br.

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Toni Sando é presidente executivo do VISITE SÃO PAULO e presidente da UNEDESTINOS.

(*) Crédito das fotos de Toni Sando: Divulgação/André Stefano