quarta-feira, 20/agosto
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Turismo de eventos rende R$ 975 mi a Fortaleza em 2024

A capital cearense consolidou sua posição como um dos principais destinos nacionais para eventos em 2024. Segundo o Relatório de Impacto Econômico do Turismo de Eventos em Fortaleza, elaborado pela Setfor (Secretaria Municipal do Turismo) em parceria com o Visite Ceará Convention & Visitors Bureau e a Unifor (Universidade de Fortaleza), o setor movimentou R$ 975 milhões no último ano.

Ao todo, foram contabilizados 2,3 mil eventos, com 414,6 mil participantes em nove espaços diferentes. Desse total, 63% eram turistas, cerca de 261,2 mil pessoas atraídas a Fortaleza especificamente para este fim. O estudo mostra que o turista de eventos permaneceu em média 4,8 dias na cidade, com gasto total de R$ 3,7 mil e diário de R$ 777,67. A maior parte das despesas foi destinada à hospedagem (38,5%), alimentação (22,8%), compras (15,1%) e entretenimento (13,3%).

A arrecadação tributária somou R$ 107,5 milhões e a massa salarial cresceu em R$ 342,7 milhões, com a criação de aproximadamente 114,2 mil empregos formais e informais.
“Os dados reforçam aquilo que vivenciamos diariamente: o turismo de eventos é um motor estratégico para a economia de Fortaleza. Eles movimentam uma cadeia ampla de serviços, geram emprego e fortalecem a imagem da cidade como destino competitivo”, diz Suemy Vasconcelos, diretora-executiva do Visite Ceará.

“A parceria entre setor público, iniciativa privada e academia tem sido essencial para construir esse ambiente favorável, e nós seguimos comprometidos em ampliar essa atuação, conectando oportunidades e promovendo um crescimento sustentável para o setor”, completa.

Perfil dos visitantes

A pesquisa também traçou o perfil do público: 59% eram mulheres, 57,6% tinham entre 25 e 44 anos, e a maioria possuía ensino superior completo (52,5%) ou pós-graduação (20,9%). Mais da metade dos entrevistados (50,8%) tinha renda individual acima de quatro salários mínimos. Do total, 63,5% se hospedaram em hotéis ou flats – um bom resultado, se considerarmos a que a cidade perdeu mais de 2 mil leitos nos últimos anos – 59,8% chegaram de avião e o automóvel por aplicativo foi o principal meio de transporte interno (63,7%).

A origem foi majoritariamente nacional (96,7%), com destaque para visitantes do Nordeste (52,5%) e Sudeste (28,8%). As cidades que mais enviaram turistas foram São Paulo, Natal, Rio de Janeiro, Recife e São Luís. Apenas 3,3% eram estrangeiros, vindos principalmente dos Estados Unidos, Portugal, Argentina e Angola.

Avaliação da cidade

Os serviços e a infraestrutura de Fortaleza foram bem avaliados. Entre os itens de infraestrutura, destacaram-se limpeza urbana (67,5%), sinalização turística (59,8%) e telecomunicações (57,9%). Já entre os serviços turísticos, os melhores índices de satisfação ficaram com preços (65,7%), comércio (58,1%) e hospedagem (53,2%). A segurança nos eventos foi considerada boa por 48,7% e excelente por 41,2%.

“O turista de evento tem em média um poder aquisitivo maior do que o turista de lazer, gastando mais em hospedagem, alimentação, transporte e comércio. Além disso, muitas vezes ele estende a sua estadia para vivenciar também experiências de lazer. Esse comportamento amplia significativamente o impacto econômico, com maior geração de renda para diversas atividades, aumento do PIB e incremento na arrecadação de tributos”, ressalta Nicolino Trompieri Neto, professor do curso de Economia da Unifor.

“Mais do que números, os resultados revelam como o turismo de eventos se consolida como um indutor de desenvolvimento, capaz de fortalecer o trade, atrair investimentos e trazer benefícios concretos para a população de Fortaleza e de todo o Estado”, conclui.

Permanência estendida e oportunidades

A pesquisa identificou que metade dos turistas permaneceu além do período dos eventos, sendo o lazer a principal motivação para 76% desses visitantes. Entre os destinos mais procurados no Ceará, além da capital, estavam Jericoacoara, Beberibe e Canoa Quebrada.

O relatório também destaca oportunidades para o setor, como ampliar a captação de eventos internacionais, criar pacotes que integrem negócios e lazer e reforçar a qualificação dos serviços turísticos. Há ainda recomendações para intensificar ações de marketing digital em regiões emissoras estratégicas e desenvolver experiências personalizadas voltadas a turistas com maior poder aquisitivo.

(*) Crédito da foto: Divulgação