quarta-feira, 27/agosto
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Turismo nacional fecha 2024 com faturamento recorde, diz FecomercioSP

O turismo nacional alcançou um novo patamar em 2024, registrando faturamento recorde de R$ 207 bilhões. Esse desempenho representa o melhor resultado da série histórica analisada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), com crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior – acréscimo de R$ 8,6 bilhões. Os dados fazem parte da pesquisa Faturamento do Turismo Nacional, baseada em números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O avanço do setor foi impulsionado pelo crescimento da economia, com o PIB (Produto Interno Bruto) projetado para fechar o ano com alta de aproximadamente 3,5%, superando as previsões iniciais de 2%. O cenário positivo favoreceu o aumento do consumo de serviços turísticos, especialmente no segmento corporativo, que segue como um dos principais motores do faturamento. Além disso, a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE (6,2%) e o fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores contribuíram para a expansão da demanda por lazer e viagens.

Outro fator determinante foi o crescimento da concessão de crédito, que registrou alta real de 30% em diversas modalidades ao longo do ano, permitindo que mais brasileiros acessassem produtos e serviços turísticos.

Desempenho dos segmentos

Entre os setores analisados, a locação de veículos foi o que apresentou a maior expansão, com alta de 10,7% e faturamento de R$ 28 bilhões. O aumento da demanda e a valorização dos preços dos aluguéis de automóveis, que subiram 16,59% no ano, foram os principais fatores para esse crescimento.

O segmento de alimentação também se destacou, com uma elevação de 8,4% e receita de R$ 32,2 bilhões. Já os serviços de hospedagem cresceram 7,7%, alcançando faturamento de R$ 24,5 bilhões. O transporte aéreo, por sua vez, registrou alta de 3,5%, movimentando R$ 52,2 bilhões, apesar da queda de 22,2% no preço médio das passagens ao longo do ano.

Outros segmentos que apresentaram crescimento incluem transporte aquaviário (5,9%), atividades culturais, recreativas e esportivas (5,5%) e serviços turísticos como agências de viagem e operadoras (1,7%).

A única retração foi observada no transporte rodoviário de passageiros, que teve queda de 4%, totalizando R$ 34,4 bilhões em faturamento. Ainda assim, a expectativa é de recuperação ao longo de 2025.

Recorte regional

O crescimento do turismo nacional foi registrado em 19 estados, com média nacional de alta de 4,6%. São Paulo se manteve como principal polo do setor, respondendo por 34% do faturamento total, com incremento de R$ 2,8 bilhões, atingindo a marca de R$ 52,6 bilhões no ano.

A Bahia foi o estado que apresentou a maior variação percentual, com alta de 11,6% e receita de R$ 7,1 bilhões. Minas Gerais também teve desempenho expressivo, com crescimento de 10,1% e faturamento de R$ 16,6 bilhões.

Por outro lado, o Rio Grande do Sul registrou a maior retração do período, com queda de 12,5%, reflexo dos impactos das enchentes de maio. Mato Grosso (-6,3%) e Mato Grosso do Sul (-6,2%) também tiveram desempenho negativo, influenciados pela desaceleração do agronegócio.

Para 2025, a FecomercioSP projeta que a desvalorização do real frente ao peso argentino impulsione a chegada de turistas do país vizinho, contribuindo para a recuperação do turismo no Rio Grande do Sul e em outras regiões do país.

(*) Crédito da foto: Divulgação