A hotelaria nacional registrou avanço em todos os indicadores em setembro, mantendo sua trajetória positiva observada nos meses anteriores. Segundo a 218ª edição do InFOHB, informativo mensal do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), todos os principais indicadores apresentaram crescimento em relação ao mesmo período de 2024. Porém, o nono mês de 2025 revela desaceleração nas tarifas.
A amostra considerada contou com 600 hotéis de redes associadas, que somam 92,7 mil UHs (unidades habitacionais). No comparativo anual, os resultados consolidados apontaram:
- Taxa de ocupação: +5,1%
- Diária média: +6,3%
- RevPar: +11,7%
A taxa de ocupação acelerou de +2,5% em agosto para +5,1% em setembro — ou seja, o crescimento praticamente dobrou. A diária média teve crescimento mais elevado em agosto (+11,2%) e desacelerou para setembro (+6,3%).
O RevPar seguiu a mesma tendência: +14% em agosto vs +11,7% em setembro — ainda positivo, porém com crescimento abaixo frente ao mês anterior.
O aumento mais forte da taxa de ocupação em setembro é um sinal de que a demanda continuou se intensificando, possivelmente por causa de eventos e viagens corporativas.
A desaceleração do crescimento da diária média sugere que, apesar de mais quartos ocupados, os hotéis não conseguiram ou optaram por não elevar as tarifas com a mesma intensidade do mês anterior. Isso pode implicar em maior foco em volume do que puro aumento de tarifa.
A leve queda no ritmo de aumento do RevPar indica que o ganho por quarto disponível ainda é positivo, mas a combinação entre tarifa e ocupação não foi tão acelerada como em agosto. Pode sinalizar um teto ou limitação de precificação ou maior competição.
Desempenho regional
Entre as regiões brasileiras, apenas o Norte apresentou retração na taxa de ocupação, de -4,6%. As demais registraram crescimento:
- Centro-Oeste: +5,3%
- Nordeste: +11,9%
- Sudeste: +3,1%
- Sul: +14,8%
A diária média também cresceu em todas as regiões:
- Centro-Oeste: +5,3%
- Nordeste: +11,9%
- Norte: +15,3%
- Sudeste: +4%
- Sul: +14,7%
Já o RevPar registrou altas expressivas em todas as regiões:
- Centro-Oeste: +10,4%
- Nordeste: +20%
- Norte: +10%
- Sudeste: +7,3%
- Sul: +31,7%
Desempenho por categoria
Na análise por categoria hoteleira, o desempenho também foi amplamente positivo.
Taxa de ocupação
- Econômico: +4,9%
- Midscale: +3,3%
- Upscale: +11,5%
Diária média
- Econômico: +3,8%
- Midscale: +10,5%
- Upscale: +2,8%
RevPar
- Econômico: +8,9%
- Midscale: +14,1%
- Upscale: +14,7%
Destaques por cidade
Entre os 15 municípios avaliados, três registraram quedaz na taxa de ocupação: Belo Horizonte (-6,8%), Florianópolis (-6,6%) e Belém (-12,1%). As demais apresentaram crescimento, variando de +0,2% em Curitiba a +77,4% em Porto Alegre.

Duas cidades registraram retração em diária média: Rio de Janeiro (-9,3%) e Recife (-1,9%). Os demais municípios tiveram crescimento entre +2,6% em Goiânia e +23,8% em Belém.

Apenas Belo Horizonte (-6,8%) apresentou resultado negativo m RevPar. Todas as outras cidades registraram aumento, variando de +1,4% no Rio de Janeiro a expressivos +151,9% em Porto Alegre.

Acumulado de janeiro a setembro de 2025
No acumulado dos nove primeiros meses de 2025, a amostra de 561 hotéis, totalizando 89,9 mil UHs, manteve tendência de alta. Em relação ao mesmo período de 2024, foram registrados:
- Taxa de ocupação: +2,6%
- Diária média: +10,9%
- RevPar: +13,8%
Desempenho por região
- Centro-Oeste: ocupação -1,6%, diária +7%, RevPar +5,3%
- Nordeste: ocupação +2,7%, diária +12,6%, RevPar +15,6%
- Norte: ocupação -1,3%, diária +10,9%, RevPar +9,4%
- Sudeste: ocupação +2,3%, diária +11,4%, RevPar +13,9%
- Sul: ocupação +7,1%, diária +10,6%, RevPar +18,5%
Análise por categoria categoria
- Econômico: ocupação +2,6%, diária +7,1%, RevPar +9,9%
- Midscale: ocupação +1,4%, diária +11,7%, RevPar +13,3%
- Upscale: ocupação +6%, diária +13,3%, RevPar +20,1%
Pontos de atenção para o mercado
Se a tarifa média cresce pouco, mesmo com mais quartos ocupados, a pressão de custos operacionais pode comprometer a rentabilidade — ou seja, ocupa-se mais, mas talvez com menor margem por quarto.
A desaceleração da diária média entre agosto e setembro pode refletir um recuo em segmentos ou destinos com menor poder de tarifação, ou um ajuste pós-alta de tarifas anterior.
A performance por categoria ou região pode variar bastante — segmentos mais premium ou destinos de lazer tendem a ter mais força para tarifa, enquanto destinos corporativos ou econômicos podem estar mais pressionados.
(*) Crédito da capa: Hotelier News
(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/FOHB















