Toni Sando

Uma única casa não compõe um bairro. Tampouco, tem o poder de mobilização e recursos para angariar melhorias e suprir necessidades comuns de todo um condomínio ou rua. Por isso, união e comprometimento, no caso, de uma associação de moradores são essenciais para o desenvolvimento pleno de uma região. O mesmo ocorre com as entidades do turismo, cujas quais possuem o papel e responsabilidade de serem as protagonistas dos destinos que representam.

Ao se criar uma entidade, muitos são os interessados em participar do que seria equivalente a um “Open House” de uma nova casa, com as portas abertas para as boas intenções em seus propósitos originais. É o setor se organizado por meio de um grupo de empresários que entendem as forças e fraquezas do mercado.

Entretanto, com o passar do tempo, a janela das oportunidades deste lar começa a ficar embaçada e jogam para de baixo do tapete ou para trás do sofá os originais objetivos dessa reunião. Com os afazeres do dia a dia dos dirigentes que possuem seus próprios negócios – ou até mesmo pela falta de comprometimento -, toda a empolgação diminui após o primeiro encontro – muitas vezes, único do qual participa.

Os recursos de uma associação não entram milagrosamente pela chaminé, ao passo que convênios públicos inviabilizam a autonomia e agilidade na tomada de decisão e direcionamento de esforços, terceirizando, assim, a responsabilidade financeira da proposta. O primeiro passo, quando se pensa grande, é que seus membros tenham a convicção e engajamento para começar investindo – seja com tempo ou dinheiro.

Uma associação que começa sem recursos e com a atuação parcial de seus dirigentes, tem grandes chances de fechar as portas e perder seu caminho. Ao se iniciar uma associação, é necessário ter claros a missão e objetivos, o recurso e equipes delegadas necessárias, formas de demonstrar resultados e comunicação com os membros. Para tanto, um primeiro passo é a contratação de um executivo responsável por exercer papel de gestor da associação e gerar valores aos associados, representados por uma diretoria.

É preciso olhar para dentro e refletir. Afinal, a verdadeira revolução começa em casa.

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Toni Sando é presidente executivo do VISITE SÃO PAULO e presidente da UNEDESTINOS.

(*) Crédito das fotos de Toni Sando: Divulgação/André Stefano