Se em julho o setor de serviços teve alta abaixo do esperado, em agosto o cenário foi diferente. O volume do segmento no país cresceu 2,9% sobre o mês anterior, na terceira alta mensal do indicador, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados pela Reuters. Na comparação com o mesmo período em 2019, esta foi a sexta queda consecutiva, na ordem dos 10%.

O desempenho do setor que responde por cerca de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) do país veio um pouco melhor do que as expectativas de analistas que apontavam para uma alta mensal de 2,3% e um recuo anual de 10,7%, segundo pesquisa Reuters.

Em 12 meses, no entanto, o setor de serviços ainda tem queda de 5,3%, a mais elevada da série, que teve início em dezembro de 2012. E a alta acumulada desde junho, de 11,2%, não foi suficiente para recuperar as perdas de 19,8% registradas de fevereiro a maio.

Setor de serviços: aumento recorde

O crescimento do setor em agosto sobre julho teve o impulso de um aumento recorde de 33,3% nos serviços prestados às famílias, setor fortemente baqueado pelas medidas de contenção da disseminação do vírus da Covid-19 e que este mês teve seu desempenho puxado por restaurantes e hotéis, segundo o IBGE.

Na comparação com agosto, os serviços prestados às famílias (-43,8%), os serviços profissionais, administrativos e complementares (-14,0%) e os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,5%) foram as principais influências negativas.

(*) Crédito da foto: Amanda Perobelli/Reuters