Cinco meses após adotar a escala de trabalho 12×36, o Ribalta Hotel, localizado na Barra da Tijuca (RJ), já observa reflexos positivos na rotina e no bem-estar de seus colaboradores. Entre os principais ganhos apontados estão mais tempo para a família, oportunidades de estudo e práticas de lazer antes inviáveis com o modelo tradicional.
A mudança, que substituiu a escala 6×1 em setores como governança, cozinha, restaurante, recepção e manutenção, foi implementada de forma gradual desde março deste ano. Hoje, 77% do quadro de funcionários — o equivalente a 78 dos 102 colaboradores — já segue o novo formato, que prevê 12 horas consecutivas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso. O restante da equipe, das áreas administrativa e de comunicação, permanece na escala 5×2.
O objetivo do Ribalta Hotel foi testar diferentes formatos de jornada para identificar o impacto na produtividade, na motivação e no equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Uma pesquisa de satisfação acompanhada pela controladoria do empreendimento revelou mudanças significativas: 62% dos entrevistados afirmaram que passaram a gastar menos tempo no trânsito por conta de deslocamentos fora dos horários de pico, enquanto 88% disseram ter conquistado mais momentos de lazer e convivência familiar. Além disso, 81% declararam que conseguiram incluir — ou pretendem incluir — novos hobbies, cursos e atividades físicas na rotina.
Neyre Freixo, superintendente de Operações da Ribalta Hospitalidade, ressalta que o novo modelo tem contribuído para o aumento da motivação e da qualidade do atendimento. “O setor hoteleiro exige dedicação intensa devido ao fluxo ininterrupto de trabalho, mas é essencial olharmos com cuidado para quem faz essa roda girar. Estamos felizes por ver que a nova escala está trazendo mais equilíbrio à rotina da equipe, aumentando o tempo de qualidade em família e ampliando possibilidades de lazer, cuidado com a saúde e conhecimento. Tudo isso tem impacto direto na motivação dos funcionários e, invariavelmente, na qualidade do atendimento prestado”, afirma.
Outros dados
Os números ganham força com histórias pessoais. Daniel Rodrigues, da cozinha, relata que agora se locomove em transportes mais vazios e aproveita melhor o tempo com a filha, de quem é o único responsável. Anderson de Oliveira, do setor de A&B (Alimentos & Bebidas), retomou os estudos com foco no ENEM do próximo ano. Já Camily Ramos, da Governança, comemora o fato de conseguir planejar melhor suas folgas e revela o desejo de iniciar um curso de inglês. Outros colaboradores, como Valéria Carvalho e Kethullin Antunes, afirmaram que hoje aproveitam o tempo extra para empreender e cursar gastronomia, respectivamente.
Além dos ganhos pessoais, o Ribalta Hotel destaca benefícios operacionais. A adoção da escala 12×36 reduziu a necessidade de contratações temporárias em períodos de alta demanda, otimizando o dimensionamento da equipe e ampliando a flexibilidade em períodos de férias ou picos de ocupação.
Para Neyre, o projeto representa um avanço na consolidação de uma cultura de bem-estar corporativo na hotelaria da Barra da Tijuca. “Trata-se de um modelo que tende a favorecer a retenção de talentos e reduzir a rotatividade. Acreditamos que, assim, os funcionários podem se sentir mais motivados, o que influencia na relação com os hóspedes e na operação como um todo. Vamos continuar avaliando os reflexos da implantação da escala e o nosso objetivo é que mais hotéis da região também enxerguem essa possibilidade de desenvolvimento.”
Com resultados iniciais promissores, o Ribalta Hotel pretende seguir monitorando o impacto da nova jornada e incentivar que outras empresas do setor adotem práticas voltadas ao equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida.
(*) Crédito da foto: Divulgação/Ribalta Hospitalidade















