bahia - retomada - luciano lopesLopes: 2020 é um ano perdido, não há mais como recuperá-lo

Após um panorama sobre a retomada da hotelaria em Pernambuco e Minas Gerais, o Hotelier News mostra como anda a situação na Bahia. Tido como um dos cartões postais do turismo nacional, o estado luta contra baixas causadas pelo coronavírus. Assistindo a números negativos mês a mês, conforme a pandemia tomava conta das fronteiras do estado e do país, a capital registrou quedas históricas. E o que é pior, em plena alta temporada.

O declínio acontece meio a um movimento que caminhava para um cenário positivo. Após uma intensa crise de 2015 a 2018, a hotelaria baiana enfim iniciava a retomada com bons resultados. “Estávamos com grandes expectativas para 2020. A tendência eram números ainda melhores do que 2019, contribuindo para o crescimento da economia, principalmente com a inauguração do novo Centro de Convenções, a requalificação da infraestrutura do aeroporto e o grande número de feriados prolongados deste ano”, analisa Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia).

Em decorrência da pandemia, essa trajetória foi interrompida bruscamente. Cerca de 95% dos hotéis no estado tiveram que paralisar as atividades e ficaram com baixíssimo ou quase nenhum faturamento durante cinco meses. Isso, obviamente, levou a uma onda de demissões. “De janeiro a junho de 2020, o faturamento dos hotéis reduziu 61% quando comparado com o mesmo período de 2019. O ano de 2020 é um ano perdido, não há como recuperá-lo”, pontua Lopes.

Bahia - retomada - andre soledadeSoledade afirma que houve melhora na demanda no mês de agosto

Bahia e retomada do setor hoteleiro

Quanto à retomada, a expectativa é que, de agosto a dezembro, a maioria dos estabelecimentos já esteja funcionando nas 13 zonas turísticas. Isso porque, com a redução do índice de contaminação, a tendência é de que a recuperação ganhe força.

“Os hotéis permaneceram fechados por quase cinco meses. Durante esse período, prepararam-se para a reabertura, seguindo os protocolos de prevenção e treinando suas equipes para garantir uma retomada de maneira segura”, aponta o presidente.

Faz parte desse movimento o Vitória Régia, que manteve as portas fechadas de abril a julho. Com a flexibilização da quarentena, o hotel localizado em Porto Seguro retornou às operações em 1º de agosto. “Começamos com uma demanda tímida, mas agora, na segunda quinzena de agosto, melhorou consideravelmente”, conta André Soledade, gerente Comercial do empreendimento. 

Os tradicionais eventos responsáveis pelas altas ocupações são outro grande desafio para a economia do turismo. O Festival Virada Salvador foi cancelado por causa da pandemia e, além disso, a prefeitura planeja comemorar o Réveillon em outros moldes, adaptados ao momento e realizando um evento sem público presencial, com shows transmitido pela TV e internet. Quanto ao Carnaval, a capital também confirmou o adiamento da festividade para o segundo semestre de 2021.

Entre as soluções encontradas para o setor, Allessandro Canella, sócio da Beeweb, Hotel Summit e selfHotel, defende a distribuição de conteúdos dos hotéis e das suas regiões. “Esse é o momento de aparecer, mostrar-se como autoridade no assunto viagem na sua região de destino e ofertar condições especiais para potencializar suas reservas diretas”, recomenda.

O especialista desenha ainda novos novas formas de vender o destino Bahia, incentivando as pessoas a visitarem o estado. “Foi por isso que criamos a campanha 'Reserve seu sonho e venha de lá'. A ação tem como objetivo estimular o desejo de viajar, capitalizar hotéis e pousadas e acelerar o retorno das atividades turísticas na Bahia”, finaliza Canella.

Bahia - retomada- allessandro canellaCanella vem desenvolvendo formas de promover o destino

(*) Crédito da capa: soel84/Pixabay

(**) Crédito da foto Luciano: Paulo Sousa

(***) Crédito das fotos: Divulgação